Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Fraccaroli, Yuri |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-11032020-110609/
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Resumo: |
Tendo como premissa as recomendações metodológicas de pesquisa em memória social de Ecléa Bosi e da pesquisa-participante, o presente estudo teve como principal motivação aproximar-se do cotidiano de indivíduos dissidentes à heteronormatividade, mais especificamente, viados, bichas e homossexuais que vivenciaram sua juventude e sua sexualidade na cidade de São Paulo durante as décadas de 1970-80. Os relatos foram motivados prioritariamente a partir da indagação dos espaços e práticas de sociabilidade da cidade e da escuta atenta das estratégias e táticas utilizadas para vivenciarem esses prazeres proscritos. Os depoentes foram escolhidos segundo a sua idade (58-80 anos), sua orientação sexual dissidente, além do critério de busca por narrativas não-militantes; conforme designação corrente na literatura especializada, são priorizadas as narrativas do gueto em detrimento àquelas de militantes das chamadas frentes de liberação, levando-se em conta uma relativa ausência desse espaço do cotidiano comum nas principais narrativas que versam sobre as homossexualidades no país durante o período compreendido pelo estudo. Para a realização das entrevistas, com o objetivo de produzir questões exploratórias que auxiliassem o depoente a recordar, foram realizados uma pré-entrevista e levantamento bibliográfico sobre o tema. Desta leitura, foi produzido o capítulo teórico inicial sobre gênero, sexualidade e homossexualidades no Brasil. Com a realização das entrevistas, seguiram as transcrições e a composição dos testemunhos, nos quais os depoentes puderam alterar suas versões. Esses testemunhos integram o miolo deste trabalho. Optou-se pela perspectiva da extração fenomenológica desenvolvida por José Moura Gonçalves Filho, estabelecendo diálogos entre depoentes, teoria e arquivo. Baseio a opção por esse entendimento da linguagem e do sujeito em dois autores: (i) no entendimento do cotidiano e dos indivíduos em suas potências/agências criativas, inspirado em Michel de Certeau; (ii.) em elementos da teoria de interpretação hermenêutica de Paul Ricoeur. Vale dizer que a compreensão de gênero e sexualidade esboçada por esse trabalho trata de articula-la com os conceitos de cotidiano, memória e narrativa. Por fim, apresento os principais eventos recordados, as tramas e escolhas tomadas no processo de narrar a si mesmo, refletindo sobre as memórias coletivas e sociais e as particularidades expressadas pelos espaços biográficos relatados |