Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Serafim, Kleber Rogério |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/98/98131/tde-13072023-193821/
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Resumo: |
Introdução: A fibrilação atrial de pós-operatório de revascularização miocárdica (FAPO) é uma complicação clínica que acomete cerca de 30% dos pacientes e, seus mecanismos de origem, ainda são poucos compreendidos. Esse fato dificulta a identificação do paciente de maior risco para essa arritmia. Essa missão parece evidente em decorrência das complicações que acarreta, incluindo maior tempo de hospitalização, risco de acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca, além de morte. Há relatos de aspectos clínicos pré-operatórios e inerentes à própria condição do paciente, como sexo e idade, e interrupção do uso de betabloqueadores como fatores de risco. Além disso informações adicionais obtidas pelo eletrocardiograma, ecocardiograma e dados de hemograma por exemplo, apresentam resultados preditivos apenas modestos. A análise do ritmo cardíaco e a variabilidade da frequência cardíaca obtidos pelo Sistema de Análise de Risco de Acidente Vascular Cerebral (SRA Stroke Risk Analysis) é uma técnica utilizada para predição de fibrilação atrial (FA) ambulatorial, utilizando gravações de apenas uma hora apresentando boa acurácia. Esse sistema, contudo, ainda não foi empregado para prever o surgimento da FAPO. O racional para sua utilização se baseia na suspeita de que o surgimento da FAPO esteja fortemente relacionado ao desequilíbrio simpáto-vagal e pelo aumento de ectopias atriais, ou seja, alterações do ritmo cardíaco, principais variáveis analisadas pelo algoritmo do SRA. Objetivo: Avaliar a acurácia do SRA para identificar pacientes com risco de apresentar FAPO após revascularização miocárdica. Método: 114 pacientes coronariopatas consecutivos foram submetidos à revascularização cirúrgica do miocárdio entre os anos de 2015 e 2018. Entre o primeiro e quinto dia de pós-operatório realizaram monitorização eletrocardiográfica contínua pelo sistema Holter para análise do ritmo cardíaco. Os pacientes foram divididos em dois grupos: Grupo I formado por aqueles com FAPO e Grupo II, pacientes sem FAPO. Os traçados obtidos pelo Holter foram reanalisados pelo programa CardioManager® / Cardios, convertidos e divididos em trechos de uma hora por meio do programa Conversor SRA® / Cardios e Geratherm e submetidos ao algoritmo de análise do SRA -Apoplex medical / Geratherm®. O SRA identifica três possibilidades para classificação do risco do paciente: a) Risco 0: paciente em ritmo sinusal; b) Risco 1: paciente com risco aumentado para FA paroxística; c) Risco 2: paciente com fibrilação atrial já instalada. Para o grupo I foram considerados SRA positivos quando os Riscos 1 e 2 eram identificados. Para o grupo II, foram considerados SRA negativos aqueles identificados como Risco 0. Resultados: a FAPO ocorreu em 33/114 pacientes (28%). A sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo e negativo do SRA para identificar pacientes com FAPO foram respectivamente de 69%, 84%, 69% e 82%; a razão de verossimilhança positiva e negativa, além da acurácia do SRA foram, respectivamente, 4,3, 0,36 e 79%. Uma subanálise dos resultados do dia em que ocorreu a fibrilação atrial, foi feita dos registros obtidos nas três primeiras horas de gravação e até três horas antes do surgimento da FAPO. No primeiro período o SRA foi capaz de predizer FAPO em 57% dos casos enquanto, no segundo período, o sistema identificou a arritmia em 83% dos casos. Conclusões: a) o SRA apresenta boa acurácia para prever FAPO; b) sua acurácia é moderada nas três primeiras horas de registro; c) a acurácia aumenta de maneira significativa próximo do início da FAPO; d) esses achados indicam que alterações eletrofisiológicas que antecedem a FAPO são agudas, ocorrendo poucas horas antes do evento e são identificadas pelo algoritmo do SRA. |