Esquemas de cestas: o enraizamento social de uma nova forma de comércio

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Souza, Ronaldo Tavares de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/106/106132/tde-05092017-085142/
Resumo: A produção e o comércio de alimentos orgânicos mostram-se como um mercado em desenvolvimento, e esse se apresenta como alternativa agrícola com menores externalidades negativas. No entanto, há algum tempo já é indicado um processo de convencionalização que o aproxima de práticas de mercado que ameaçam essa capacidade de preservação do ambiente. Nesse processo aparece a venda através de grandes varejistas. Como alternativa surgem diferentes formas de distribuição de alimentos e a possibilidade de alcançar maiores benefícios para a sociedade e o ambiente. Uma delas é a venda em domicílio através de esquemas de cestas, uma variante em que consumidores adquirem semanalmente uma cesta de produtos orgânicos padronizada, através de meios eletrônicos. Utilizando o arcabouço teórico proposto na Sociologia Econômica, vou investigar através dos empresários, funcionários e consumidores que formam essa rede, os interesses, as relações e sua estrutura para responder como essa nova forma de comércio se enraíza socialmente na cidade de São Paulo. Através de entrevistas realizadas a partir de um roteiro semi-estruturado, é possível entender que o novo canal se estabelece a partir do desejo de consumir alimentos orgânicos. Uma falha de mercado representada pela disponibilidade e qualidade precária na rede convencional e outras formas alternativas, os leva a experimentar esse novo canal. A capacidade de abandonar o hábito de compra convencional (ver, tocar, avaliar) dá lugar a um relacionamento com terceiros que se incubem de escolher por esses consumidores a qualidade dos alimentos que serão levados para casa. Lentamente as trocas comerciais se expandem a sinais de reciprocidade, fortalecendo a confiança. Eventualmente o compartilhamento de valores possibilita influenciar os interesses dos consumidores e torná-los mais conscientes.