Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Saguate, Artinésio Widnesse |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-10112017-120739/
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Resumo: |
Quando, em 1975, Moçambique se tornou independente de Portugal, adotou o português como língua oficial, num contexto multilíngue. Na educação formal, o português era a única língua de ensino, apesar de a maioria das crianças tê-lo como língua segunda. A partir da década de 2000, o País instituiu o ensino bilíngue: português e algumas línguas nativas uma das quais é o emakhuwa. Contudo, no processo de ensino-aprendizagem do português, particularmnte em seu modo de enunciação escrito, tende-se a desconsiderar a heterogeneidade dessa língua; e a heterogeneidade entre essa língua e as línguas nativas particularmente o emakhuwa; e, ainda, a heterogeneidade da própria escrita. Entretanto, partindo de textos (escritos), produzidos por alunos de duas escolas do ensino bilíngue (português-emakhuwa), foi possível constatar representações linguístico-discursivas que sugerem o modo singular de constituição dessa heterogeneidade. Assim, o presente estudo questiona: a) como se manifesta essa heterogeneidade nas formas linguísticas e nos fatos discursivos; b) como ela é representada na escrita do português no ensino bilíngue?; c) que propostas didáticas para a representação linguístico-discursiva da língua, das línguas e da escrita no ensino bilíngue (português-emakhuwa)? De modo geral, objetiva-se: a) investigar como os diferentes fatores linguístico-discursivos concorrem para a representação da língua, das línguas e da escrita no ensino bilíngue; e b) mostrar como a abordagem da língua, das línguas e da escrita no ensino bilíngue deve priorizar e tratar de forma crítica a heterogeneidade (da língua, entre as línguas e da escrita) de modo a melhorar o ensino-aprendizagem das línguas, em geral, e do português, em particular, no modo de enunciação escrito. Especificamente, objetiva-se: a) descrever a heterogeneidade entre o português e as línguas nativas (particularmente o emakhuwa) na escrita do português; b) sistematizar a representação escrita na heterogeneidade entre o português e o emakhuwa; c) fornecer aos professores do ensino bilíngue (particularmente do ensino bilíngue português-emakhuwa) subsídios didáticos no tratamento da representação das formas linguísticas e dos fatos discursivos em sala de aula. Os resultados confirmam as seguintes hipóteses: a) a heterogeneidade linguística em Moçambique se manifesta como constitutiva na relação português-línguas nativas; b) na heterogeneidade entre o português e o emakhuwa, é, essencialmente, em emakhuwa o lugar de enunciação dos alunos, inclusive no tocante à representação escrita. O estudo se baseia nas teorias da variação linguística (LABOV, 1972), do dialogismo (BAKHTIN, 1992) e da heterogeneidade da escrita (nos moldes defendidos por Corrêa (2004)). Da análise feita (na escrita do português), constata-se: a) a circulação dialógica do aluno i) da matriz fonológica e morfossintática do emakhuwa para o português, ii) da fala do emakhuwa para a escrita do português, iii) da fala do português para a escrita do português, iv) da escrita do emakhuwa para a escrita do português; b) maior valorização do português em relação às línguas nativas, em geral, e ao emakhuwa, em particularmente. |