Ensino bilíngue em Moçambique: um confronto entre forças centrípetas e centrífugas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Covane, Lourenço Alfredo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/236706
Resumo: Este trabalho relata pesquisa que teve o objetivo de compreender o jogo de forças centrípetas e centrífugas que permeia programa de educação bilíngue em Moçambique, especificamente o processo de ensino e de aprendizagem de leitura e de escrita. Para atingir o objetivo os seguintes procedimentos metodológicos de geração de dados foram efetuados: análise de documentos de orientação técnica do ensino-aprendizagem da linguagem escrita na educação bilíngue; encontros dialógicos com dois gestores de uma escola situada na cidade autárquica de Vilankulo, em Inhambane, Moçambique; com duas professoras de educação bilíngue da mesma escola; com cinco mães (encarregadas de educação); e com uma formadora de professores do Ensino Básico; e ainda observação participativa de aulas. Essa metodologia se apoiou nas ciências humanas perspectivadas por autores russos da filosofia da linguagem (Volóchinov, Bakhtin e Medviédev). Os enunciados gerados foram registrados em áudios, na memória do pesquisador e em notas de campo. Os resultados mostram que há uma tensão entre as forças centrípetas e as forças centrífugas; o controle oficial da palavra centrípeta assume um lugar de destaque, porque o ensino da gramática e o da leitura e escrita como decodificação assumem papel principal. As forças centrífugas, embora haja tentativas de contestação, sofrem pressão das forças centrípetas. As análises dos enunciados em documentos oficiais, dos enunciados dos seres humanos em encontros dialógicos e das observações em sala de aula indicam que a educação bilíngue em Moçambique vive um dilema cultural, educacional e social que oscila entre a aceitação e a contestação.