Saúde mental e sobrecarga emocional de profissionais de saúde do Brasil durante a pandemia COVID-19: identificação de fatores de risco e proteção e associações com crescimento pós-traumático

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Silveira, Isabella Lara Machado
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17148/tde-14052024-111619/
Resumo: O impacto da pandemia COVID-19 para a saúde mental e sobrecarga emocional dos profissionais da saúde foi abordado por muitos estudos nacionais e internacionais, considerando os diversos momentos epidemiológicos da pandemia e as associações com diferentes tipos de variáveis. Essa Dissertação apresenta dois estudos, conduzidos em dois momentos epidemiológicos da pandemia no Brasil. O Estudo 1, transversal, teve por objetivo: avaliar, na primeira onda da pandemia COVID-19 no Brasil, os indicadores de saúde mental e sobrecarga emocional de profissionais de saúde brasileiros de diferentes categorias profissionais, buscando identificar os fatores de risco e proteção relativos às variáveis sociodemográficas, ocupacionais, de hábitos e acompanhamentos de saúde e de percepções de segurança e suporte relativas à COVID-19. Contou-se com uma amostra de conveniência, não-aleatória, de 916 participantes, de diferentes estados do Brasil agrupados em: médicos, enfermagem e outros profissionais da saúde. Procedeu-se à coleta online, entre maio a agosto de 2020 (T1), utilizando-se a plataforma REDCap, por meio dos instrumentos: PHQ-9 (depressão), GAD-7 (ansiedade), PCL-5 (estresse pós-traumático), ISI (insônia), aMBI-HSS (burnout), e um Questionário sobre as variáveis de interesse. Os instrumentos foram codificados segundo as normas técnicas e aplicaram-se procedimentos estatísticos, com nível de significância de p≤0,05. As prevalências identificadas foram elevadas, independente das categorias profissionais, verificando-se as taxas: depressão, 45,2%; ansiedade, 43,3%; estresse pós-traumático, 36%; insônia, 61,5%; exaustão emocional, 36,7%; despersonalização, 18,2% e realização profissional, 86,6%. Identificou-se, para todas as categorias profissionais, como fator de risco para saúde mental o desejo de pedir demissão e como fatores de proteção, expectativa positiva quanto ao futuro profissional e ser praticante de exercício físico. O Estudo 2, longitudinal, teve por objetivos: a) avaliar a evolução dos indicadores de saúde mental e sobrecarga emocional de profissionais de saúde brasileiros, considerando dois momentos de avaliação, o primeiro (T1), referente ao início da pandemia no Brasil, e o segundo momento (T2), dois anos depois, entre maio a setembro de 2022, no final da terceira onda, período com diminuição no número de casos e mortes; e b) verificar, os possíveis efeitos preditivos dos indicadores de saúde mental, sobrecarga emocional e demais variáveis de interesse para o crescimento pós-traumático (CPT). Participaram 146 profissionais de saúde, os quais responderam os instrumentos nos dois momentos de avaliação. Para a coleta de dados adotou-se os mesmos procedimentos e instrumentos do Estudo 1, sendo ajustado o Questionário e acrescentado o PTGI-B (CPT). Identificou-se, ao longo do tempo, uma constância dos indicadores avaliados, exceto para burnout realização profissional, o qual apresentou diminuição significativa. As variáveis preocupação em infectar familiares em T1, ser praticante de exercício físico em T2 e ocupação foram preditoras de CPT geral. Considera-se que tais dados podem contribuir para o planejamento de estratégias de prevenção e intervenção em saúde mental voltadas para profissionais de saúde brasileiros.