Análise da expressão de genes ligados ao estresse de retículo endoplasmático no adenoma de paratireoide

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Iwakura, Ricardo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17151/tde-22052019-110247/
Resumo: Introdução: O hiperparatireoidismo primário (HP) é a terceira maior causa de doenças endocrinológicas na população, sendo a principal causa de hipercalcemia. Caracteriza-se por hipersecreção do paratormônio (PTH) pelas células principais da paratireoide, levando a um distúrbio da homeostase do cálcio (Ca). O adenoma de paratireoide é a principal causa do HP, com 80-85% dos casos, sendo o objeto deste estudo. Mutações genéticas podem corresponder a mais de 11% da origem deste tumor benígno hipersecretor. Apesar dos avanços dos métodos de diagnóstico, o tratamento é essencialmente cirúrgico, havendo carência de tratamentos alternativos eficientes, que podem ser aprimorados com maior conhecimento fisiopatológico. Como as células do adenoma são hipersecretoras de proteínas, possuem abundante quantidade de retículo endoplasmático (RE), onde as proteínas sofrem dobramento, adquirindo sua conformação nativa. Em células hipersecretoras é comum o aumento da atividade da maquinaria de tratamento protéico, gerando sinais de sobrecarga no RE e citoplasma, sendo denominado de estresse do retículo endoplasmático (ERE). O ERE e as suas vias efetoras, a UPR (resposta a proteínas não-dobradas) e o ERAD (degradação associada ao retículo endoplasmático), estão presentes na fisiopatologia de diversas doenças ou de células hipersecretoras, servindo como importante alvo terapêutico. Objetivos: Analisar a atividade do ERE nas células do adenoma de paratireoide. Casuística e Métodos: Análise da expressão dos principais genes do ERE por RealTime-PCR, em 14 pacientes portadores de adenoma de paratireoide operados no Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pesoco do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, comparando-se a expressão do adenoma em relação ao controle (tecido normal). Resultados: Houve aumento da expressão de vários genes relacionados ao ERE, ERAD e à UPR, com significância estatística, principalmente da via de PERK (Pancreatic endoplasmic reticulum kina), do ERAD e da autofagia, evidenciando um quadro de cronicidade e eficência da maquinaria do ERE, com finalidade antiapoptótica. O resultado foi compatível com a manifestação clínica do adenoma de paratireoide, que cursa com raros casos de remissão espontânea e necrose central. Conclusão: Verificou-se que há uma atividade do ERE na fisiopatologia do adenoma de paratireoide, com efetividade na síntese e seleção protéica do PTH, trazendo longevidade às células do adenoma por meio da prevalência dos mecanismos de citoproteção, em detrimento da via da apoptose. O estudo traz importantes informações que podem ser úteis na elaboração de novos tratamentos medicamentosos, fazendo com que o ERE seja um futuro alvo terapêutico também no adenoma de paratireoide, assim como já é a realidade em outras patologias.