O hiperparatireoidismo secundário grave altera a expressão gênica e proteica do tecido muscular: o papel da paratireoidectomia sobre a miopatia urêmica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Carneiro Filho, Eduardo Jorge Duque de Sá
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5148/tde-19102023-133130/
Resumo: O Hiperparatireoidismo secundário (HPTS) grave está associado a aumento de morbidade e mortalidade de pacientes com doença renal crônica (DRC). O impacto negativo desta condição sobre o esqueleto resulta em aumento de risco de fraturas devido a alteração em remodelação óssea e perda de osso cortical. Embora a perda de força muscular seja comumente relacionada a esta patologia, o efeito do HPTS sobre a expressão gênica e proteica em tecido muscular é desconhecido. Avaliamos o fenótipo muscular através de análise funcional, gasto energético, composição corporal e biópsia muscular de pacientes com HPTS grave, assim como as mudanças ocorridas após 6 meses da paratireoidectomia (PTX). Examinamos a relação de componentes do distúrbio mineral e ósseo da DRC, proteínas relacionadas à remodelação óssea, dosagem de miocinas e citocinas inflamatórias com alterações na densidade mineral óssea e histologia do tecido muscular. Foram incluídos 30 pacientes com uma média de idade de 39 ± 12 anos, predomínio de sexo feminino (60%), com tempo médio em diálise de 66 meses. No início, os pacientes apresentavam concentrações reduzidas de irisina e Akt no tecido muscular, além de aumento das concentrações de TGF-, FGF-21, osteopontina, osteocalcina e RANKL em relação a indivíduos saudáveis. Após 6 meses da PTX, houve melhora de performance e força muscular, sem mudança na massa muscular ou no gasto energético de repouso. Houve ganho de massa óssea, que ocorreu de forma mais significativa em pacientes submetidos à PTX total em relação à subtotal. Em relação à análise tecidual, houve redução nas concentrações teciduais de osteopontina, esclerostina, RANKL, osteocalcina e TGF- no pós-PTX, além de um aumento significativo de irisina e de Akt. A redução dos níveis de PTH se correlacionou com ganho de massa óssea e aumento na expressão de irisina muscular. Também observamos uma redução na concentração de citocinas inflamatórias no tecido muscular após PTX. Nossos achados sugerem que o HPTS exerce um papel na disfunção muscular causada pela DRC e que a PTX tem efeito benéfico sobre miopatia urêmica. Dentre nossas hipóteses, esse efeito sobre tecido muscular pode ser direto através do PTH e/ou indireto através de inflamação e alteração da remodelação óssea