Bursite cervical em bovinos: avaliação da brucelose como fator de risco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1996
Autor(a) principal: Almeida, Laerte Pereira de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6135/tde-06022018-140305/
Resumo: Estudo realizado no Frigorífico Triângulo de Uberlândia, Minas Gerais (MG), utilizando delineamento tipo caso-controle, procurou estabelecer a possível relação entre bursite cervical e brucelose, em bovinos abatidos no período de agosto de 1993 a julho de 1994. O diagnóstico de brucelose foi realizado mediante a prova de soroaglutinação rápida em placa. Os casos de bursite foram identificados, por técnico do Serviço de Inspeção Federal (SIF), com base em características morfológicas, previamente padronizadas. Para a determinação do odds ratio e do risco atribuível , entre bursite e brucelose, utilizaram-se 30 animais com o quadro e, como controle, 90 bovinos sem a patologia. Dos municípios que enviaram animais para o abate 60,0 por cento pertenciam à microregião do Triângulo Mineiro, MG, correspondendo a 94,7 por cento do total de bovinos abatidos; o número de machos e fêmeas equivaleram-se. A frequência de ocorrência de bursite cervical foi igual a 0,14 por cento (40/28.677); 80,0 por cento dos casos foram registrados entre os meses de agosto de 1993 e fevereiro de 1994. Goiás (GO) apresentou uma frequência de bursite da ordem de 0,28 por cento contra 0,13 por cento de MG (P=0,139) ; Itapirapuã, GO, com 5,0 por cento de casos de bursite, foi o município com a maior ocorrência da patologia (P<0,05). As fêmeas apresentaram 0,20 por cento de frequência de bursite, contra 0,07 por cento dos machos (P<0,05). Vascularização intensa (56,7 por cento ) e espessamento da parede da bolsa (43,4 por cento ) foram as características morfológicas mais encontradas. Dos animais com bursite, 13,3 por cento eram brucélicos, contra 5,6 por cento do grupo controle (P=0,115). Dentre aqueles com brucelose e bursite, as bolsas continham fibrina (40,0 por cento ) e projeções digitiformes (33,3 por cento ); encontradas as presenças de pús 1 de nódulos e de líquido viscoso. O odds ratio encontrado entre a brucelose e a bursite foi da ordem de 2,61 (P>0,05). O risco atribuível da patologia na população estudada foi igual a 7,64 por cento , valor esse correspondente à frequência esperada de redução de casos de bursite cervical, após a erradicação da brucelose em populações semelhantes à do presente estudo. No âmbito da saúde ocupacional, mesmo diante da ausência de relação estatística entre bursite e brucelose, esta patologia deve continuar a merecer a atenção de técnicos e profissionais de frigoríficos, com o escopo de diminuir eventuais riscos de infecção de trabalhadores, bem como de evitar a contaminação de carcaças, equipamentos e instalações.