Análise da adesão das células sanguíneas no filtro arterial por microscopia eletrônica de varredura e reação em cadeia da polimerase em tempo real em pacientes submetidos a cirurgia cardíaca: estudo clínico observacional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Gatto, Chiara Scaglioni Tessmer
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5152/tde-29012021-110446/
Resumo: Introdução: Os efeitos deletérios no sistema de coagulação causados pela circulação extracorpórea são decorrentes, em parte, das reações do contato do sangue com a superfície não endotelizada do circuito da circulação extracorpórea. O filtro arterial é o componente do circuito da circulação extracorpórea onde o sangue é exposto a elevado estresse mecânico e onde há maior agregação celular. Objetivo: Analisar a adesividade do sangue no filtro arterial durante a circulação extracorpórea por microscopia eletrônica de varredura e por reação em cadeia de polimerase em tempo real. Método: Estudo clínico e observacional realizado no Instituto do Coração da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, após aprovação do comitê de ética institucional. O estudo incluiu 28 pacientes. Ao final da cirurgia, o filtro arterial era retirado do circuito da circulação extracorpórea e preparado para ser analisado pela microscopia eletrônica de varredura. Foi realizada reação em cadeia da polimerase em tempo real no material biológico extraído de dez amostras de locais e tamanhos pré-determinados do filtro arterial para avaliação da expressão gênica da glicoproteína Ib na plaqueta e do CD45 em leucócito. A função hemostática foi avaliada durante circulação extracorpórea. Os pacientes foram acompanhados até a alta ou até 28 dias depois da cirurgia. Resultados: Os filtros estudados apresentaram algum grau de adesão de elementos sanguíneos na microscopia eletrônica de varredura. Os filtros estudados foram positivos para expressão gênica da glicoproteína Ib na plaqueta e 15% dos filtros tiveram expressão gênica do CD45 em leucócitos. A dosagem sanguínea da expressão gênica da glicoproteína Ib na plaqueta diminuiu no final da circulação extracorpórea em relação ao início (P=0,019). Houve correlação negativa entre a dosagem da expressão gênica da glicoproteína Ib na plaqueta e o Clot SR (Hepscreen2 ReoRox®) (rô=0,635; p=0,027). A mediana da contagem de campos obstruídos do filtro foi de 3,4%. A contagem de campos obstruídos do filtro teve correlação com a dosagem de dímeros-D (rô= 0,828; p < 0,001). Conclusão: Houve adesão de células sanguíneas, especialmente de plaquetas nucleadas, em todos os filtros arteriais estudados. Embora o filtro arterial tenha funcionado como um dispositivo de segurança, que provavelmente evitou a embolização arterial, a obstrução parcial do filtro também pode ter causado maior hiperfibrinólise durante a circulação extracorpórea