Estudo da prática da educação permanente em saúde na rede de atenção primária à saúde de Ribeirão Preto - SP

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Gonçalves, Eduardo Fernando
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17165/tde-08052023-141405/
Resumo: A educação permanente em saúde (EPS) tem o objetivo de qualificar e transformar as práticas nos vários pontos da Rede de Atenção à Saúde (RAS) do Sistema Único de Saúde (SUS). A EPS se baseia na aprendizagem significativa e na possibilidade de transformar as práticas profissionais e acontece no cotidiano do trabalho, consequentemente, refletindo positivamente na prestação de cuidados aos usuários. Este é um estudo transversal, descritivo e quantitativo que teve como sujeitos de estudo os trabalhadores da Atenção Primária à Saúde (APS) do sistema público de saúde de Ribeirão Preto - SP. As categorias profissionais de interesse foram: médicos, enfermeiros, técnicos / auxiliares de enfermagem, farmacêuticos, auxiliares de farmácia, dentistas e técnicos / auxiliares de dentista e outras profissões da saúde. Houve a necessidade de construção e validação do instrumento de pesquisa aplicado aos trabalhadores. Um total de 262 participantes responderam ao instrumento construído na plataforma digital RedCap a respeito de seus conhecimentos, impressões e atuações no campo da EPS em sua unidade de trabalho, utilizando-se a escala de Likert. Ainda mais, citaram ferramentas utilizadas para realizar as atividades e sugeriram temas de interesse para a EPS. A pesquisa caracterizou os participantes segundo a idade, tempo de trabalho na unidade de saúde, modalidade de assistência de saúde onde trabalham: estratégia da saúde da família (USF) ou unidade básicas tradicionais (UBS), categorias profissionais, cargo de supervisor de unidade ou não, distrito de saúde onde trabalha. Foi encontrado pela pesquisa que muitos trabalhadores reconheceram a Política Nacional de EPS (PNEPS), mas um considerável número mostrou desconhecimento sobre o financiamento da EPS e a coordenadoria de EPS da gestão local. A prática da EPS mostrou-se acontecer de forma pontual e não de forma rotineira para a maioria dos trabalhadores. Também não eram habituais as reuniões de equipe para atividades de planejamento e avaliação em saúde. Os trabalhadores reconheceram a interprofissionalidade nas atividades de EPS, mas não de forma semelhante entre as categorias profissionais estudadas. A maior parte dos trabalhadores entenderam a EPS como útil e demonstraram interesse em participar de atividades de EPS. A grande maioria dos trabalhadores tiveram a percepção de que a equipe era sobrecarregada no cuidado dos pacientes. Os trabalhadores das USF demonstraram maior acesso às atividades de EPS que os trabalhadores das UBS. As categorias profissionais de nível médio indicaram menos acesso à EPS e percepção mais negativa da EPS comparadas às categorias de nível superior, com exceção dos agentes comunitários de saúde. Houve nítidas diferenças entre as respostas sobre as práticas de EPS entre os distritos de saúde do município. Os trabalhadores mais jovens tiveram percepções mais positivas sobre a utilidade e os benefícios e demonstraram maior interesse em participar de atividades de EPS que os trabalhadores mais velhos. A discussão de casos foi a metodologia de prática de EPS mais citada pelos trabalhadores. Metodologias ativas de ensino-aprendizagem foram pouco indicadas. Houve marcantes diferenças sobre temas de interesse em EPS entre os trabalhadores segundo suas categorias profissionais e os distritos onde trabalhavam. Este estudo fornece informações que auxiliam a gestão municipal da saúde a implementar ações que potencialize a prática da EPS na atenção primária, particularizando intervenções, reconhecendo dificuldades e potencialidades para a EPS.