A educação interprofissional na formação em saúde no contexto da atenção primária

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Mestriner, Tatiana Lemos de Almeida
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17139/tde-05062023-113851/
Resumo: A educação Interprofissional em Saúde (EIP) vem ganhando grande visibilidade e valorização ao redor do mundo por estar orientada por marcos teórico-conceituais e metodológicos coerentes com o desafio de formar profissionais de saúde mais aptos à colaboração e ao efetivo trabalho em equipe. O esgotamento da perspectiva da uniprofissionalidade se tornou mais evidente, no caso do Brasil, com os debates sobre a integralidade em saúde, associadas à reforma assistencial e ao fortalecimento do Sistema Único de Saúde, que mobilizou fortemente a formação e o trabalho na saúde. O objetivo geral deste trabalho foi analisar a Educação Interprofissional inserida nas atividades realizadas por alunos de graduação em saúde dentro da Atenção Primária à Saúde (APS). Os objetivos específicos foram verificar a percepção dos estudantes sobre a Educação Interprofissional em Saúde na sua formação e a relação desta temática com as ferramentas da APS e atividades realizadas em campo, bem como identificar a partir da ótica dos membros da equipe de saúde, a concepção e a importância da Educação Interprofissional em Saúde na formação dos estudantes dos cursos de saúde. Trata-se de um estudo descritivo de caráter quantitativo e qualitativo. Percurso Metodológico: Trata-se de um estudo transversal, observacional, descritivo de caráter quantitativo realizado com estudantes dos cursos de graduação em saúde ligados a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP) e com profissionais de saúde dos serviços da Estratégia da Saúde da Família ligado à FMRP-USP, junto à rede de saúde local do SUS. A coleta de dados foi realizada através de um questionário eletrônico e a pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa e pelas instâncias de coordenação e Gestão da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto e Secretaria Municipal de Saúde de Ribeirão Preto. Resultados: A população do estudo foi composta por 46 estudantes e 30 profissionais de saúde. Os resultados da pesquisa identificaram e qualificaram a percepção dos trabalhadores de saúde e estudantes sobre a EIP. Os estudantes apresentaram disponibilidade para a EIP, porém as atividades que envolvem as práticas dentro da Saúde da Família como reunião com a equipe de saúde, projeto terapêutico singular e visitas domiciliares ainda são realizadas, em sua maioria, com profissionais e estudantes da mesma área profissional, sem participação compartilhada e interação. Assim consideramos que as habilidades de trabalho em equipe são competências que ainda precisam ser consolidadas nos currículos. Com os profissionais os resultados demonstram que a percepção sobre a temática ainda precisa promover mudanças nos modelos das práticas. O cenário da Atenção Primária potencializa a experiência de educação interprofissional; entretanto, é preciso reforçar o entendimento de que compartilhar espaços de ensino não garante o aprendizado interprofissional. Este estudo, sem esgotar a temática, contribuiu para a reflexão crítica acerca da importância da formação dos profissionais de saúde comprometidos com a integralidade, atores ativos no processo de melhoria da resolutividade do sistema de saúde, com foco no usuário e nas suas necessidades de saúde.