Caracterização sócio econômica da obesidade infantil em famílias de baixa renda

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: Ramos, Eni
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/89/89131/tde-13042023-114733/
Resumo: O objetivo desse estudo é caracterizar a obesidade infantil segundo fatores sócio econômicos em crianças de baixa renda. Para determinação da amostra foram avaliadas 326 crianças de uma EMEIF (Escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental) e mais 70 crianças no centro comunitário Tamarutaca, resultando em 396 crianças. Do total de crianças avaliadas, 8,59% (n=34) foram diagnosticadas como obesos(P/E≥2 scores Z), 03 crianças não foram localizadas porque mudaram de escola e região e mais 01 criança a família não quis participar. Portanto o total da amostra foi de 30 crianças obesas. Foi aplicado questionário sócio econômico, registro de 24hs durante 3 dias diferentes, peso e altura do pais para determinação do IMC(índice de massa corporal) e a pesquisa de orçamentos familiares para determinação dos gastos e comparação com a POF (pesquisa de orçamentos familiares) realizada com a população da cidade de São Paulo. Para fins de caracterização, os resultados do estudo demonstraram tendências interessante: 50% das crianças obesas possuíam entre 7 a 9 anos e 63,3% delas eram do sexo feminino. Os índices de Z score foram maiores nas meninas acima dos 10 anos e nos meninos entre 7 a 9 anos. Quanto a idade das mães, as crianças com maiores valores de Z score estão em faixas de idade materna mais avançada. As meninas com valores de Z mais altos possuem mães com nível de escolaridade mais baixos e os meninos mostraram tendências opostas. As famílias com maior número de componentes possuem crianças com Z score maior. Um dado interessante é que os meninos obesos tendem a ter mãe obesa e a meninas obesas tendem ter pai obeso. Os meninos com Z score maior tem famílias com faixa de renda maior e as meninas em faixas de renda menor. Os gastos com alimentação quando comparados com os gastos da população de São Paulo mostra maiores valores em Doces, leite e derivados e óleos com nível de significância p>0,05 e aves com nível de significância p>0,10, além de gastos significativamente menor para leite, café e achocolatados. Os gastos com doces, Carnes bovinas, biscoitos, legumes, verduras, bebidas alcoólicas, açúcares, aves e ovos são maiores no grupo de pai obeso. As famílias sem pai tendem a gastar mais com leite e derivados, panificados e lanches. As mães eutróficas gastam mais em carnes vermelhas, aves, e lanches, sendo que o grupo das mães obesas e com sobrepeso gastam mais em todos os outros grupos. Os meninos acima dos 10 anos consomem mais calorias e a meninas entre 4 e 6 anos. Concluímos que os gastos com doces são predominantes em classes de renda mais baixas e necessitam de maiores informações para a população sobre os problemas de saúde que este comportamento de consumo pode ocasionar.