Escrita de narrativas: fundamentos teóricos para a (re)significação de seu ensino

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Souza, Maria Celeste de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-14072017-164131/
Resumo: Esta dissertação expõe os resultados da pesquisa realizada acerca da problemática da finalidade e da significação inerente ao ensino de redação de narrativas; atividade de linguagem comum aos cursos de Língua Portuguesa do ensino básico a partir do sexto ano do nível fundamental até a terceira série do nível médio, ministrados, obrigatoriamente, por professores formados e licenciados em Letras/Português. O ponto de partida para a pesquisa foi o reconhecimento de que a escrita de narrativas na escola ainda se encontra entre as atividades de menor relevância, visto que esse tipo de texto não é cobrado em exames vestibulares e nem faz parte da produção de conhecimento científico. Tanto quanto acontece com os conhecimentos artísticos em geral, o ensino de narrativas é tratado como um exercício de criatividade, de expressão subjetiva e, por conseguinte, pouco adequado ao trabalho de formação racional e política que a escola deve desenvolver. Em síntese, tudo indica que as atividades de escrita de narrativas podem ser prazerosas, mas não produzem conhecimento relevante do mundo. Considerando que o ensino de narrativa, particularmente da escrita desse tipo de texto, pode produzir conhecimentos significativos caso essa prática esteja adequadamente fundamentada em teorias apropriadas à compreensão da narrativa como fenômeno literário, mas também como modo do discurso historiográfico e de outros discursos das ciências humanas, decidiu-se realizar um estudo exploratório da relação entre ação de linguagem e narratividade estabelecida pela Hermenêutica de Paul Ricoeur, visando a encontrar fundamentos possíveis às significações intencionais a serem objetivadas com o ensino de redação de narrativas, considerando como hipóteses: a) a narrativa é uma forma singular de compreensão do si mesmo, mas também do mundo e da humanidade em razão de sua tessitura constituir ligações significativas e coerentes entre acontecimentos e ações; b) a narrativa é um modo essencial de conhecimento, porque privilegia a reflexão sobre as ações e interações humanas e estas experiências existenciais só podem ser reconhecidas como modo de ser comum, quando verbalizadas e comunicadas; c) o ensino de narrativa põe em movimento importantes fatores de elaboração estética e simbólica.