A produção de narrativa e suas potencialidades de formação na escola: dimensões teórico-metodológicas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Souza, Maria Celeste de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48138/tde-16122021-142356/
Resumo: O trabalho expõe os resultados da pesquisa desenvolvida com o objetivo de tratar de aspectos metodológicos que afetam o ensino de escrita e produção de textos narrativos na educação básica, considerando dois problemas principais: 1) implicações metodológicas do trabalho com os gêneros textuais do campo artístico-literário desde a adoção oficial da perspectiva enunciativo-discursiva de base dialógica consonante às teses do pensador russo Mikhail Bakhtin (1895-1975) e seu Círculo nos Parâmetros Curriculares Nacionais PCN (1998); 2) descompasso entre as inovações didáticas propostas pela Linguística Aplicada à produção de textos e as questões teórico-literárias que envolvem o trabalho com a prosa narrativa. Para tratar desses problemas estabeleceu-se um diálogo entre os princípios apresentados nos PCN e reafirmados na Base Nacional Comum Curricular BNCC (2018) e os fundamentos teóricoliterários que se formularam a partir da Narratologia e as subsequentes formulações críticas da Hermenêutica concernentes à produção de sentido e à questão da referência. O diálogo será orientado pela perspectiva hermenêutica desenvolvida por Paul Ricoeur e por aspectos da teoria da recepção do texto literário desenvolvida por Wolfgang Iser e Hans Robert Jauss. Participam do diálogo também outros estudos e teorias que tratam da função da literatura como resposta à necessidade humana de ficção e imaginação, tema que ocupa os estudos da poética desde Aristóteles. A projeção desse diálogo no campo do ensino mostra que o adequado tratamento da produção escrita de gêneros textuais do campo literário depende do consistente entrelaçamento entre teses e teorias advindas da Linguística e dos Estudos literários, pois dessa noção de complementaridade e não de uma priorização dos estudos de uma área em detrimento de outra é que se pode extrair conhecimentos suficientes à orientação do trabalho de escrita a ser realizado por crianças e jovens que deve ser tratado como possiblidade de expressão e comunicação de histórias singulares, que têm o potencial de revelar sentidos reconhecidos e desejados na experiência pessoal, coletiva e cultural. Em uma época de transformações que afetam diretamente a sobrevivência planetária e a integridade dos indivíduos, causando incertezas sobre os projetos para o presente e futuro, as aprendizagens relativas à compreensão da realidade e de si mesmo tornam-se essenciais. Por tudo isso, aprender a contar as histórias das nossas lutas e contentamentos é uma exigência, muito mais que uma simples tarefa escolar.