Avaliação dos recursos de unidades de terapia intensiva e sua relação com o conhecimento, atitude e prática sobre a ventilação protetora no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Silva, Sângia Feucht Freire Nasser Barbosa da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5150/tde-22122023-154343/
Resumo: INTRODUÇÃO: A mortalidade da Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA) no Brasil é elevada e não há dados nacionais sobre a implementação de estratégias de ventilação mecânica (VM) protetora para pacientes com SDRA. A baixa disponibilidade de recursos, incluindo equipe especializada, a falta de condutas padronizadas e baseadas em evidências e a falta de conhecimento sobre VM protetora podem afetar diretamente a qualidade do cuidado e influenciar no reconhecimento de SDRA. Mapear a disponibilidade de recursos e o conhecimento, atitudes e práticas (CAP) em relação a VM protetora em UTIs é importante para planejar políticas de saúde pública. OBJETIVOS: Descrever a disponibilidade de recursos de UTIs brasileiras, avaliar o CAP em relação ao uso de ventilação protetora entre médicos coordenadores de UTIs brasileiras e estimar a associação entre disponibilidade de recursos e CAP. MÉTODOS: Realizamos um estudo transversal que incluiu médicos coordenadores de UTIs brasileiras, convidados a participar por e-mail e por redes sociais. Desenvolvemos um instrumento online autoadministrado, baseado em questionários previamente validados e recomendações internacionais de recursos necessários para o manejo de pacientes críticos. O instrumento continha 29 itens sobre características das UTIs e disponibilidade de 38 recursos, 10 dos quais considerados essenciais, além de 27 itens de CAP, sendo 9 itens de conhecimento, 10 itens de atitude, 3 itens de prática na ventilação protetora e 5 itens de barreiras para sua implementação. Usamos uma escala de Likert para pontuar cada item do CAP e calculamos um escore de CAP como a soma dos pontos, padronizado em uma escala variando de 0 a 100, com pontuações mais altas indicando maior CAP. Utilizamos regressão linear múltipla para avaliar associações entre características da UTI, recursos e CAP. RESULTADOS: A amostra final incluiu 255 UTIs distribuídas em todos os estados do Brasil. A distribuição das UTIs por região foi representativa do Brasil, com discreta sub-representação da região nordeste. A mediana de recursos disponíveis foi de 34 (IQR 3-36), com desigualdades estatisticamente significante entre as regiões do país. Outros fatores associados ao maior número de recursos na UTI foram a participação em pesquisa clínica (p=0,016) e número de leitos hospitalares (p<0,001) e realização de visita multidisciplinar (p<0.001). A maioria das UTIs possuía os 10 recursos essenciais, com mediana de 10 (IQR 10-10), e 70% dos participantes relataram aumento de recurso disponíveis após a pandemia de COVID-19. A mediana da escore de CAP foi 83 (IQ 77-90) de 100, e a principal barreira identificada foi falta de treinamento. Houve uma associação significativa entre maior número de recursos disponíveis com maior CAP (p=0.047), mesmo quando ajustada por outros fatores. CONCLUSÃO: Nesse estudo que incluiu uma mostra representativa de mais de 10% das UTIs do Brasil, a disponibilidade de recursos foi grande, mas observamos desigualdades regionais. Conhecimento, atitudes e práticas em relação a VM protetora observado foi alto, mas com grande variabilidade e associado à disponibilidade de recursos