Mulheres baianas nas artes de escrita: tessituras de experiências, memórias e outras histórias (1926-1960)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Nogueira, Maria Lúcia Porto Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-18082016-121955/
Resumo: Este estudo pauta-se na análise de escritos de mulheres baianas, buscando averiguar as relações entre a prática da escrita e as formas de constituição de subjetividades femininas em múltiplos ritmos de tempo. Partindo de um mapeamento desses escritos espalhados pelo território baiano e reconhecendo o manancial que representam para estudos de singularidades culturais em variados contextos, focalizamos um conjunto de memorialistas e escritoras, predominantemente professoras do Alto Sertão da Bahia, que começaram escrevendo memórias e romances autobiográficos e, sem interromper a prática, tornaram-se escritoras de gêneros literários diversos. Nessa escritura trouxeram à baila discussões de temas que perpassaram pelo mundo feminino nas décadas de 1920 a 1960 do século XX, através do registro das suas experiências e das transformações e desafios enfrentados por mulheres em diferentes gerações, estribadas ora na memória, ora no domínio da arte da escrita e uso de elementos ficcionais. Diante disso, perseguimos as trajetórias de mulheres que abriram espaços através da palavra escrita em busca por autorrealização, ora atreladas à integração com a família e a sociedade, ora em aberta rejeição aos papéis normativos, na medida em que se voltavam para a integração do eu. O nosso enfoque privilegiou ainda as narrativas acerca da cotidianidade em seus espaços de formação e atuação como professoras, tensões e lutas de mulheres em posições sociais diferenciadas, dramas sociais e venturas nos modos de viver nas pequenas cidades, espaços rurais e outras redes de sociabilidade, especialmente no Alto Sertão da Bahia. Para exame das conjunturas socioculturais pertinentes a este estudo foram utilizadas fontes documentais em arquivos públicos e particulares, jornais, correspondências pessoais e processos-crime, além de vasta literatura memorialística de variada autoria, todas elas confrontadas com os escritos em análise. A pesquisa mostra, portanto, mulheres que se arriscaram nas artes da escrita, defendendo direitos femininos e direitos de pertencimento ao mundo das letras, elucidando processos de mudanças entre as gerações, com a ousadia de desvendarem momentos diferenciados de constituição de subjetividades e ainda muita capacidade de improvisar suas vidas conturbadas no confronto do antigo com o moderno.