Légua tirana: sociedade e economia no alto sertão da Bahia. Caetité, 1890-1930

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Santos, Paulo Henrique Duque
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-06012015-184410/
Resumo: Este estudo analisa as atividades econômicas de exportação e de abastecimento de mercados internos que se desenvolveram no alto sertão da Bahia, e a sua estreita articulação com demais regiões do Brasil e o comércio internacional. Situa-se entre o período de 1890 e 1930, momento em que a política econômica do novo regime republicano acelerou a penetração do capitalismo financeiro no país e estimulou o processo de industrialização em curso, em especial o da indústria têxtil nacional. Nesse sentido, reconstitui a vida social e econômica de fazendeiros, negociantes e comissários de companhias mercantis que enriqueceram com a produção e o comércio de gêneros para a exportação, para o consumo interno e em atividades integradas às novas oportunidades de investimentos financeiros. Reconstitui, ainda, trajetórias de médios e pequenos lavradores, pequenos comerciantes e trabalhadores urbanos, integrados à economia da região, que produzia para exportação e alimentos. Dessa maneira, esta pesquisa contesta estudos voltados para o conjunto da realidade brasileira e suas perspectivas generalizantes que ocultaram, por décadas, possibilidades de interpretação de outras temporalidades sociais, econômicas e culturais que se desenvolveram em regiões do interior do vasto território brasileiro. Para os propósitos deste estudo, a recorrência aos inventários post mortem foi essencial à compreensão da vida social e material de grupos sociais. No entanto, o confronto dos inventários com outras fontes (livros de razão de fazendeiros, jornais, correspondências familiares, posturas municipais, dentre outras) possibilitaram ampliar a interpretação das experiências sociais de moradores da região. As fontes deste estudo indicaram a constituição na região de propriedades fundiárias de dimensões distintas, que não se limitaram a comercializar o excedente da lavoura, mas produziram para a exportação e para o abastecimento de mercados internos. A sua localização geograficamente periférica, quando comparada aos centros de exportação do país, não impediu que a sua economia mantivesse prósperas atividades ligadas ao mercado mundial. As lavouras para exportação, incluindo a pecuária e a agricultura de alimentos, desenvolveram-se em propriedades de dimensões distintas e mantiveram entre si uma relação dinâmica e estreita