Reparação óssea com o uso do beta fosfato tricálcico (B-tcp)® na calota craniana de ratos submetidos ao alcoolismo experimental: análises histomorfológica e histomorfométrica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Puzipe, Karina Torres Pomini
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/25/25149/tde-04082016-221543/
Resumo: O uso crônico de etanol prejudica diretamente o processo biológico de reparo ósseo, principalmente pela inibição das células osteoblásticas, podendo causar retardo de consolidação ou pseudoartrose. Vários biomateriais naturais ou sintéticos, têm sido utilizados como uma alternativa aos enxertos ósseos. Os biomateriais sintéticos, como o Beta Fosfato Tricálcico (-TCP) são biocompatíveis, biodegradáveis e osteocondutíveis, por orientar as células osteoblásticas, promovendo a neoformação óssea. Sendo assim, objetivou-se avaliar a influência da ingestão crônica de etanol no processo de reparo ósseo de defeitos cranianos tratados com -TCP® comparativamente aos preenchidos com coágulo sanguíneo e a sua interferência sobre a massa corporal. Foram utilizados 40 ratos machos (Rattus norvegicus), distribuídos aleatoriamente em 2 grupos: GAG - receberam água como dieta liquida, e GAL - receberam etanol a 25%. O GAL foi submetido inicialmente à adaptação gradativa ao álcool e depois permaneceu a 25% por 90 dias. Após o término desse período, todos os animais foram submetidos à cirurgia experimental. Nos ossos parietais de cada animal, foram confeccionadas duas cavidades 5,0 mm de diâmetro ao lado da sutura sagital, de forma que o parietal direito foi preenchido com -TCP® e o esquerdo com coágulo. Dessa forma, os grupos GAG e GAL foram divididos de acordo com o preenchimento dos defeitos: GC-AG (Grupo Coágulo Água), GC-AL (Grupo Coágulo Álcool), GB-AG (Grupo Biomaterial Água) e GB-AL (Grupo Biomaterial Álcool). O reparo ósseo foi observado de acordo com o período de eutanásia: 10, 20, 40 e 60 dias após a cirurgia. Após inclusão histológica, as peças foram submetidas à análises histomorfológica e histomorfométrica. Na análise da variação da massa corporal, observou-se que as massas iniciais do GAG foram maiores que GAL e as massas finais de GAG aumentou significativamente apenas em 60 dias e no GAL em todos os períodos. Na análise histomorfológica, observou-se nos períodos iniciais de todos os grupos a presença de tecido conjuntivo fibroso preenchendo toda área central do defeito. Os grupos com os defeitos preenchidos com -TCP apresentaram tecido reacional com as partículas envoltas por células inflamatórias. No período final de análise, observou-se em todos os grupos pequena neoformação óssea com a área central preenchida por tecido conjuntivo fibroso. Nos grupos GC-AL, GB-AG e GB-AL evidência de reação inflamatória menos intensa. Na análise histomorfométrica em relação à influência do tempo na neoformação óssea, os grupos GC-AG e GC-AL apresentaram o mesmo perfil gráfico em todos os períodos exceto 60 dias. O grupo GB-AG houve aumento substancial de neoformação em todo experimento e GB-AL pequeno aumento, mas não foi significante. Em relação à interferência da dieta, observou-se maior percentual de formação óssea nos grupos que consumiram água nos períodos 40 e 60 dias. E em relação ao tipo de preenchimento, observou-se no grupo GC-AG maior formação nos períodos de 20 e 40 dias. Já nos GB-AG e GB-AL a formação foi similar durante todo experimento. Conclui-se que o -TCP® não foi capaz de contribuir para melhor regeneração óssea, apresentando desempenho inferior nos animais que consumiram álcool.