Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Ibiapina, Érico Francisco Vieira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6143/tde-14082023-170342/
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Resumo: |
Tradicionalmente voltada para inserção laboral em circuitos de subcontratação da indústria do vestuário, a imigração boliviana insere-se, hoje, em agendas públicas locais de saúde por meio do reconhecimento de suas \'vulnerabilidades\' atrelada aos seus modos de viver e trabalhar na cidade de São Paulo. Estas \'vulnerabilidades\', visíveis em regiões de enunciabilidade e visibilidade da população boliviana na metrópole, choca-se, confronta-se, engendra-se em tramas de histórias calcadas no cotidiano, em mobilizações políticas e intensos jogos de negociação entre coletivos e instituições no contexto urbano. Enquanto termo comumente associado à atributos desta população, a \'vulnerabilidade\', visivelmente inscrita em contextos políticos institucionais, epidemiológicos e relacionais/processuais cria contornos e \'regimes de visibilidade\' desta população na metrópole. Considerando a polissemia da noção de vulnerabilidade e os mecanismos de controle e poder estabelecidos entre Estado e população, o objetivo desta tese é colocar em análise mediante percursos etnográficos, \'tramas das vulnerabilidades\' que entrecruzam aspectos político institucionais, epidemiológicos e cotidianos/processuais, enquanto elemento que produz governabilidades de Estado e subjetividades possíveis. Neste sentido, interroga-se como esta população torna-se possível de ser enunciada a partir de diferentes jogos/práticas de poder sobre o que determina suas \'vulnerabilidades\' entre políticas econômicas neoliberais, tecnologias de saúde e mecanismos de confrontação/resistência. Como método de análise, estrutura-se e sistematiza-se dados de múltiplas fontes, apresentando relações entre a incorporação de imigrantes nas políticas locais, dados de mortalidade e processos etnográficos sobre trajetórias e presença em espaços da cidade, em especial, a partir de estratégias de sobrevivência e vinculação comunitária de mulheres bolivianas e sua organização em coletivos. A partir de marcadores interseccionais desta imigração relacionada ao trabalho em oficinas de costura que mobilizam capitais em escalas globais-locais, apresenta-se como sua inserção e visibilidade na cidade é regulada como um problema de gestão populacional e de segurança, criando contornos e agenciamentos relacionados à \'subalternidade\' e \'clandestinidade\'. Identifica-se aspectos que reforçam e definem padrões de vulnerabilidade, associados a determinados atributos desta população no campo da saúde pública. Por outro lado, registra-se estratégias de sobrevivência enquanto mecanismos de resistência coletiva e ressignificação identitária na cidade. |