Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2025 |
Autor(a) principal: |
Santos, Yuri Brito
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Orientador(a): |
Gonçalves, Eliana Correia Brandão
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Banca de defesa: |
GONÇALVES, Eliana Correia Brandao
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FACHIN, Phablo Roberto Marchis
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SANTOS SOBRINHO, José Amarante
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Bahia
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura (PPGLINC)
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Departamento: |
Instituto de Letras
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufba.br/handle/ri/41486
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Resumo: |
Analisar o fenômeno da marginalização é uma forma prodigiosa de refletir acerca do funcionamento da sociedade brasileira. A partir dele, é possível identificar uma série de processos que repercutem na língua, dentre eles a estereotipação, que se revela como uma contundente forma de opressão contra segmentos excluídos da sociedade. Nesse sentido, designações como “malandro” aparecem como marcadores do estigma atribuído a determinadas pessoas. Por outro lado, um outro processo emerge em contraposição: a ressignificação, pela qual os próprios setores discriminados reagem à pecha que lhes é atribuída. Diante disso, a pesquisa aqui empreendida buscou compreender, paralelamente, tanto a mudança envolvendo as unidades lexicais analisadas como as próprias condições, fatores e circunstâncias que emolduraram esse processo ao longo da história, especulando acerca da existência de um “modo comum histórico” para a trajetória de algumas unidades lexicais que, a despeito de terem sido utilizadas em contextos e com significados distintos, partilham de uma série de elementos em comum. Dessa forma, associando-se às contribuições da Lexicologia Sócio-histórica, este trabalho debruçou-se sobre um amplo corpus, acessado através da Hemeroteca, plataforma da Biblioteca Nacional Digital, o que permitiu a análise de textos, sobretudo jornalísticos, datados entre as décadas de 1810 e 1850, obtendo-se, ao cabo, a consecução de 147 fichas contendo as ocorrências de unidades com radical “malandr-”. Tal operação permitiu mapear os seus usos naquele período a fim de permitir uma análise quantitativa e qualitativa. Para além disso, buscaram-se outros textos, a exemplo de músicas populares do século XX e XXI, com o fito de permitir uma reflexão comparativa entre os signos envoltos sob esse fenômeno. Com essa premissa, a análise das unidades almejou se dar na extensão e diversidade da própria sociedade que as utilizou e transformou, não se restringindo a uma perspectiva oficial e normativa. Nesse processo, apresentou-se a proposta de um campo sociolexical, que surge a partir do diálogo entre a noção de campo social, debatida por Bourdieu (2008), e a de campo linguístico, amplamente analisado por linguistas como Geckeler (1976). Tal categoria, de caráter interdisciplinar – condizente à própria natureza da pesquisa em si –, visou agrupar as unidades que, apesar de terem contextos de uso distintos, passaram por um processo de ressignificação comum, reflexo da similitude dos processos sócio-históricos envolvidos. |