Uma câmera-flecha, imagens de lutas e cosmopolítica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Cancino, Cristian Gonzalo Avello
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8161/tde-26062024-162709/
Resumo: Com a ascensão ao poder de um novo governo, em janeiro de 2019, o Estado brasileiro redobrou seus esforços por suprimir direitos conquistados pelos povos originários desde a Constituição de 1988, desaparelhando órgãos governamentais de assistência em diversas áreas e promovendo a ocupação das terras indígenas com projetos de incentivo ao agronegócio, ao garimpo e à pecuária, primordialmente. Da mesma forma, o meio ambiente vem sendo atacado com voracidade inaudita pelos comedores de terra. O agravamento dos conflitos e da exploração dos territórios fez com que indígenas de todas as regiões do Brasil se mobilizassem ocupando as ruas das capitais, as estradas, a comunicação e a linguagem. Nestas batalhas, vimos surgir livros, objetos, pinturas, instalações, intervenções, perfis engajados nas redes sociais, vídeos-denúncia e muitos filmes realizados e protagonizados por indígenas, que têm rodado pelo mundo levando a palavra, em sentido amplo, das comunidades, num esforço por \"falar aos brancos\" e, quiçá assim, fazê-los dar-se conta da iminência de uma catástrofe ecológica cujas consequências impactarão a todos os povos. Assim, entende-se que os filmes indígenas representam câmeras-flecha que se lançam ao mundo, contribuindo para deslocar noções tradicionais sobre arte, ciência, política e filosofia, amplificando o conceito de cosmopolítica. Almeja-se também demonstrar que os instrumentos fora dos corpos de comunicação modernos, hoje tão desenvolvidos quanto difundidos, têm como seus parentes ancestrais os instrumentos criados pelos saberes indígenas, nossos artefatos, tecnologia. E que a elaboração de ações políticas, visando à defesa de Gaia e do bemviver, deverá ser pautada pela arte e pelas ciências ancestrais, presentes em todos os cantos e recantos da Terra-floresta