Crise, educação e responsabilidade com o mundo, à luz do pensamento de Hannah Arendt

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Santos, Maria de Jesus dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-02122020-173128/
Resumo: Esta tese tem, como objetivo, investigar a crise na educação contemporânea a partir da teoria política de Hannah Arendt e se insere no debate teórico da filosofia da educação, ao tratar dos temas crise do mundo moderno, perda da tradição e da autoridade e da questão da responsabilidade, em conexão com o problema da educação. Evidenciaremos como a compreensão da crise na educação pode ser articulada à análise da crise política, pois o exame dessa particularidade se deu anexado à crise geral da sociedade contemporânea trazida na obra arendtiana, observando seu potencial de força fundante da modernidade e desvelando-a como força criadora. Investigamos como a perda da autoridade e o rompimento do fio da tradição, elementos de discussão da filosofia política de Arendt, também repercutem na crise da educação que, apesar desses impactos, pode expressar uma face fecunda e produtiva da crise ao assumir responsabilidades com o mundo comum. Constatamos que, para Arendt, quando desaparecem todas as tradições, quando todo modelo de autoridade perde legitimidade, a educação não fica imune e evidencia, em seus domínios, uma crise. Ela se perguntou que aspectos do mundo moderno e de sua crise geral se revelavam efetivamente na crise educacional e refletiu sobre o papel que a educação desempenha em toda civilização e sobre a responsabilidade coletiva com o mundo que se assume quando se cuida de crianças e jovens e de sua formação. Assim, percebeu que, quando não se assume a natalidade como essência da educação, descuida-se dos recém-chegados, deixando-os abandonados em seu mundo, o que provoca, por consequência, a não preservação/continuidade do mundo comum; a educação dos novos é, nessa teoria, um sinal de amor ao mundo e o ponto em que decidimos se o amamos o bastante para assumirmos responsabilidade por ele. Confirmamos, com esse estudo, a educação como um problema filosófico e político de primeira ordem e evidenciamos que, pelo sentido público que engendra, ela tem potencial para vencer a crise e salvar o mundo moderno das ruínas.