Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Javera, João Pedro Lorenzon |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-15082022-133229/
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Resumo: |
O trabalho apresenta a concepção antropológica de pessoa (prosopon, do grego) encontrada tanto no pensamento de Gilberto Safra, quanto no de alguns de seus interlocutores, a fim de discutir a relevância de tal vértice antropológico para a prática da clínica psicanalítica. Tendo em vista que a cultura contemporânea tem desenvolvido seus valores a partir de um viés profundamente narcísico, a concepção de pessoa aparece tanto para o campo social, quanto para o campo clínico, como esperança, já que traz em seus fundamentos a memória do ser do Homem, ou ainda, a memória de seu ethos. Os modelos de Homem e de constituição humana assentados na concepção de sujeito e de self mais comuns de serem encontrados nas teorias psicanalíticas também são investigados, pois servem de comparação diante do novo modelo aqui apresentado, comparação essa que se dá por meio de uma revisão bibliográfica, bem como por meio de um método hermenêutico. A maneira pela qual o texto está organizado revela a compreensão do autor de que esses três modelos antropológicos estão inseridos em uma linha de evolução do pensamento psicanalítico. Cada um deles diz respeito a um nível de abertura, ou disponibilidade do ser humano para a troca com a alteridade: se o sujeito é formado a partir do mergulho de um indivíduo em seu próprio inconsciente recalcado (um outro disfarçado de si-mesmo), e o self se constitui na inter-relação entre alguém e certos objetos ou fenômenos culturais, a partir do estabelecimento do que Winnicott denominou espaço potencial uma zona intermediária entre a dimensão subjetiva e o que é objetivamente percebido , a pessoa surge apenas no encontro do ser humano com uma alteridade que lhe é totalmente não-familiar, ou melhor, radical. À medida que a teoria psicanalítica passa a compreender mais e mais o Homem como um ser aberto e dependente do Outro para constituir-se, a antropologia que a sustenta deve, inevitavelmente, ser reformulada. A concepção de pessoa é compreendida aqui, portanto, como o enunciado antropológico, até então disponível pela psicanálise, que mais acolhe a condição humana, pois seus fundamentos estão ancorados no reconhecimento de que o Homem é relação, e que mais verdadeiramente se constitui à medida que se torna realmente Outro. Por fim, a presente pesquisa se debruça sobre os possíveis efeitos que a utilização dessa nova antropologia traz para a clínica psicanalítica, no que diz respeito ao trabalho transferencial, ou, ainda, ao campo relacional, levantando, assim, novas possibilidades para realizar o manejo na experiência clínica |