Associação de Lephodermium pinastri (Schrad.) Chev. com manchas e seca de acículas de espécies tropicais de Pinus

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1980
Autor(a) principal: Mendes, Márcio Castrillon
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11135/tde-20220208-022408/
Resumo: Visando determinar o agente causal de uma doença caracterizada por manchas, seca e queda precoce de acículas de espécies tropicais de pinheiros (Pinus caribaea, P. oocarpa e P. kesiya,) cultivadas em diversas regiões do Brasil, foram feitos vários trabalhos de isolamento. Observou-se o aparecimento em alta freqüência de um fungo cujo micélio bem característico, de crescimento bastante lento, rasteiro, geralmente abaixo da superfície do meio de cultura, de coloração branca a marrom claro. Através de inoculação artificial com os isolados obtidos não foi possível observar a reprodução dos sintomas da doença. Entretanto, por comparação do micélio do fungo isolado das lesões de acículas com aquele obtido diretamente da germinação de ascósporos, bem como por exame de cortes histológicos de amostras de frutificações do fungo existentes em acículas secas caídas ao solo, pôde-se associar à doença o fungo Lophodermium pinastri(Schrad.) Chev. Este fungo apresenta frutificações (histerotécios) elípticas, medindo 0,49-1,95x0,22-0,49 mm, de coloração negra brilhante, abrindo-se por uma fenda longitudinal; vistos em corte transversal, os histerotécios são sub-epidérmicos nas beiradas, porém, a área labial bem desenvolvida é subcuticular, provida de um grupo de células (perífises) cobrindo esta área. O himênio é mais ou menos plano; as ascas são aproximadamente cilíndricas, com dimensões 80-194 x 8-16 µm com 8 ascosporos filiformes, hialinos, circundados por uma bainha gelatinosa, e com dimensões 71-175 x 2 µm. As paráfises são simples, filiformes, geralmente com a extremidade encurvada e engrossada, e com dimensões 78-199x2 µm. Os picnídios da fase imperfeita (gênero Leptostroma) são sub-epidérmicos, de forma arredondada, com as dimensões 300-600 x 250-300 µm, com espermácias simples, medindo 5 x 1 µm. É frequente o aparecimento de linhas negras transversais as acículas secas contendo picnídios de Leptostroma. Observou-se, em material coletado no campo, que existiam histerotécios em maturação durante todos os meses do ano, com um aumento nos meses chuvosos de novembro a fevereiro. Os índices de germinação de ascósporos obtidos em laboratório foram sempre muito baixos (inferiores a 9%). A germinação dos ascósporos e formação de micélio ocorreu em uma ampla faixa de temperatura (12 a 32°C). A faixa de temperatura mais adequada ao crescimento miceliano, entretanto, ficou entre 20 e 26°C. Exame de acículas com sintomas da doença, provenientes de outras regiões do País onde foi introduzida a cultura de pinheiros tropicais, evidenciou a presença, de L. pinistri nos Estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia e Mato Grosso do Sul, além do Estado de são Paulo