Emprego de superfícies reflectivas repelentes aos afídios vectores, no controle das moléstias de vírus das plantas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1972
Autor(a) principal: Costa, Claudio Lucio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/0/tde-20240301-143738/
Resumo: Radiações da superfície da terra estimulam o pouso de migrantes na fase final da migração, sendo maior o proporcionado pelo solo limpo, em comparação com o coberto de vegetação. O estimulo proporcionado por um solo escuro foi maior do que aquele de um solo claro ou de terra roxa. Vários materiais disponíveis na propriedade rural, usados como "background" para plantas teste e armadilhas, reduziram o pouso de migrantes de vários grupos de afídios com eficiência variável. Destacaram-se, como os mais eficientes, a casca de arroz, o pergaminho de café, a serragem e as fitas de madeira. A reação à reflexão do "background" variou com a espécie. Foram mais sensititivas, Myzus persicae, vector de vírus causadores de moléstias em tomateiro, batatinha, pimentão e alface; Toxoptera citricidus, vector da tristeza dos citros; Brevicoryne brassicae, vector de vírus causadores de moléscias nas crucíferas; Dactypotus spp. e Geopemphigus floccosus. Os grupos Aphis spp. e Rhopalosiphum spp. foram menos sensíveis à reflexão do "background". Schizaphis graminum e Longiunguis sacchari foram indiferentes, havendo até uma tendência para descerem em maior número em armadilhas operando sobre casca de arroz. A reflexão do "background" afetou o comportamento de migrantes de espécies mais sensíveis, como Toxoptera citricidus e Myzus persicae, a uma distância horizontal de até 2 metros, e verticalmente, até 1 metro acima do nível do solo. A cobertura do solo com uma camada bastante delgada de casca de arroz (0,6 Kg/m2) foi suficiente para produzir o efeito máximo em reduzir o pouso de migrantes e espécies sensíveis. Para atingir efeito máximo das menos sensíveis foram necessários 3,6 kg/m2 de casca de arroz. A dimensão do "background" não mostrou ser fator importante para alterar a reação dos migrantes à reflexão da casca de arroz. A comparação entre canteiros retangulares e quadrados mostrou que as maiores reduções ao pouso foram associadas com a última forma. Uma faixa de casca de arroz de apenas 25 cm, circundando plantas e armadilhas, produziu consideráveis reduções no pouso dos migrantes de vários grupos de afídios; uma faixa de 50 cm já produziu a redução máxima. A redução na incidência dos vírus em plantas que cresceram sobre casca de arroz foi, em geral, proporcional à da coleta de migrantes da espécie vectora em armadilhas de água colocadas sobre este "background". As possibilidades de redução da incidência de vírus pelo emprego de superfícies reflectivas repelentes ao afídio vector são grandes, principalmente para as culturas que se iniciam em viveiros de produção de mudas. É, contudo, fundamental o conhecimento prévio de que a espécie vectora se comporta da maneira esperada em relação à reflexão do "background" a ser usado. O método mostrou-se eficaz no controle dos amarelos do tomateiro em canteiro de mudas; na redução da incidência da tristeza dos citros em "seedlings" de limão Galego; na manutenção de estoques básicos de batata-semente, livres de vírus e para retardar a introdução do mosaico da melancia em plantação de abóbora de moita. O controle de moléstias de vírus por repelência ao vector não leva à poluição do ambiente e do produto, como acontece no caso de aplicação de inseticidas.