Recognição e criatividade, como cognição inventiva, nos processos de interação em uma sala de aula do ensino fundamental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Cassiano, Patricia Machado Domingues
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59137/tde-31102011-095833/
Resumo: A criatividade é um tema de crescente interesse no meio acadêmico, oriundo de uma demanda da sociedade capitalista voltada para a criação. Estudos recentes criticam a concepção tradicional de criatividade, fundamentando-se na diferença entre o conceito de invenção e criatividade e afirmando que esta se limita a solucionar os problemas impostos pela sociedade, enquanto a primeira se propõe a um movimento de problematização das formas cognitivas. O presente trabalho pretende investigar a criatividade como cognição inventiva, mediada por experiências de interação num determinado contexto, caracterizando a forma de criação em relação ao mundo e a si mesmo. O objetivo geral da pesquisa é conhecer como a criatividade se produz na sala de aula, investigando em quais momentos ela se aproxima de uma cognição inventiva e em quais momentos ela se limita a uma reprodução cognitiva. A pesquisa foi desenvolvida numa Escola Municipal de Ensino Fundamental, localizada na periferia de um município no interior de São Paulo. Participaram da pesquisa uma professora e 35 alunos de uma sala de aula de uma quarta série do Ensino Fundamental, além dos profissionais da escola que participam do contexto e cotidiano institucional. Trata-se de uma pesquisa de metodologia qualitativa de inspiração etnográfica, utilizando observações participantes videogravadas como o principal instrumento. Entrevistas formais e informais, análise da produção do professor e da produção dos alunos em sala de aula e informações institucionais adicionais também foram utilizadas. A coleta de dados realizou-se no período das aulas, à tarde. Foram realizadas 60 observações, num total de aproximadamente 100 horas. As observações aconteceram no período de março a dezembro, percorrendo quase todo o ano letivo escolar. Estabeleceu-se como critério de classificação do material coletado o seu conteúdo. Desse modo, dividiu-se o material em dois grandes grupos. O primeiro refere-se ao plano molar ou macropolítico e propõe-se a analisar o contexto institucional e as atividades que aconteceram fora da sala de aula observada, abrangendo o espaço físico, os aspectos pedagógicos gerais e os profissionais da escola. O segundo refere-se ao plano molecular ou micropolítico e destina-se a focar os acontecimentos da sala de aula observada, englobando as rotinas, rituais e suas atividades. Os resultados sugerem que as atividades desenvolvidas, tanto no contexto institucional quanto na sala de aula, privilegiam as situações de recognição e são pautadas pelas relações de controle e poder. Desse modo, quase não há espaço para a invenção e para a aprendizagem significativa.