A expulsão do sertão: elites paulistas, entre o imaginário e o território (1749-1841)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Santos, Amália Cristovão dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16133/tde-21122018-162438/
Resumo: Por meio da análise de três imagens presentes nas fontes e documentação produzidas desde o século XVIII até meados do XIX - \"sertanistas\", \"paulistas\" e \"agricultores\" -, esta tese debruça-se sobre as transformações nas relações entre as elites de São Paulo, os grupos indígenas e o território, engendradas no dito período. Partimos das discussões acerca da história cultural e do imaginário construído sobre as populações da capitania e depois província paulista, a um só tempo produto e vetor de decisões e contextos políticos, econômicos e sociais. O recorte cronológico adotado, de cerca de um século, considerado pela historiografia como longa duração, fez-se necessário para permitir o aprofundamento sobre os elementos de mudança e permanência que compõem o movimento estudado. Três conjuntos documentais centrais foram mobilizados em nossas investigações, a saber: o chamado Mapa das Cortes (1749), parte dos instrumentos de negociação confeccionados pela Coroa portuguesa em suas disputas diplomáticas com a contraparte espanhola pela remarcação de suas fronteiras coloniais; os escritos genealógicos de Pedro Taques de Almeida Paes Leme (1714-1777), produzidos originalmente com fins à obtenção de privilégios e mercês para as principais famílias paulistas, a partir de processos de nobilitação; e o Mappa Chorographico da Provincia de São Paulo (1841), primeira representação cartográfica da recém-criada província paulista. Nossas conclusões apontam para o distanciamento das elites em relação aos contingentes indígenas - que fizeram parte, inclusive, da fundação de parte dos troncos familiares pertencentes a esse grupo -, em meio à reconfiguração do território e de seu uso, para o que foram importadas teorias e princípios advindos da razão e da ilustração. A presença dos nativos nas terras desejadas para a agricultura de exportação foi também transfigurada em questão social e econômica, a ser esquadrinhada e resolvida pelos intelectuais e políticos do período, encerrando sua autonomia e cerceando consecutivamente a legitimidade de seu domínio sobre o território.