Cirurgia antirrefluxo eficaz pode melhorar as alterações motoras em pacientes com esôfago de Barrett?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Falcão, Angela Cristina de Figueiredo Marinho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5168/tde-03122021-143903/
Resumo: Fundoplicatura laparoscópica a Nissen (FLN) é indicada no tratamento do refluxo gastroesofágico (RGE) e no esôfago de Barrett (EB), pois permite um controle adequado do refluxo ácido e não ácido. Dismotilidade esofágica (DE) pode ser encontrada em indivíduos com RGE e EB. O objetivo deste estudo foi avaliar a DE, a presença de disfagia, o adequado controle do RGE e a extensão do esôfago de Barrett antes e após a FLN em pacientes previamente diagnosticados com EB e DE. Vinte e dois pacientes, dezesseis homens, com idade de 55,14 (± 15,52) anos foram diagnosticados préoperatoriamente com EB e DE através de endoscopia digestiva alta (EDA) com biópsias e manometria esofágica convencional (MEC) e submetidos a fundoplicatura laparoscópica a Nissen, foram incluídos neste estudo. No pós-operatório, os pacientes foram acompanhados com exame clínico, endoscópico, manométrico e pH-metrico por um período mínimo de 12 meses após o procedimento cirúrgico. O seguimento pós-operatório foi de 26.2 (± 9.27) meses e os pacientes não apresentaram sintomas de refluxo gastroesofágico (RGE) ou disfagia. Nenhuma morte ocorreu durante o estudo. A EDA mostrou que o comprimento médio do EB foi de 4,09 cm (± 2,05) no pré-operatório e de 3,77 cm (± 2,19) na avaliação pós-operatória (p 0,042). A manometria esofágica convencional MEC demonstrou que a pressão de repouso do esfíncter esofágico inferior (EIE) pré-operatória mediana (Q1; Q3) foi de 9,15 mmHg (5,78; 11,93) e 13,2 mmHg (11,0; 16,28) no pós-operatório (p = 0,006). A mediana (Q1; Q3) da amplitude préoperatória da contração do corpo esofágico foi de 47,85 mmHg (35,65; 60,43) e 57,50 mmHg (34,10; 80,45) no pós-operatório (p = 0,408). No pósoperatório, a pH-metria evidenciou que a média do percentual de tempo total de refluxo (%TTR) foi 0,38 (±0,66) e a média do escore de DeMeester (DMS) foi 2,00 (±3,32). A cirurgia antirefluxo laparoscópica a Nissen (FLN) pode ser indicada para pacientes com EB e DE, pois aumentou a pressão de repouso do EIE, reduziu a exposição do esôfago distal ao conteúdo gástrico, diminuiu a extensão do EB e foi capaz de melhorar a amplitude de contração do corpo esofágico. As alterações no peristaltismo esofágico não foram modificadas após a cirurgia e os pacientes não evoluíram com sintomas de RGE nem disfagia no pós-operatório