Osteoporose induzida por glicocorticoides: expressão salivar de biomarcadores ósseos em pacientes submetidos à corticoterapia prolongada e sua correlação radiomorfométrica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Nagano, Cibele Pidorodeski
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/23/23139/tde-07082019-094835/
Resumo: A osteoporose, alteração osteometabólica crônico-degenerativa, de etiologia multifatorial, caracteriza-se pela redução da densidade mineral óssea, na qual observa-se a deterioração da microarquitetura óssea, com consequentes alterações nas propriedades físicas e quantitativas do esqueleto humano, tornando-o frágil e suscetível ao desenvolvimento de fraturas. A doença é classificada em primária e secundária, de acordo com sua etiopatogênese, sendo a osteoporose induzida por glicocorticoides (OPIG) a mais incidente dentre as tipologias secundárias. Evidencia-se alterações microarquiteturais ósseas, resultantes do regime crônico de altas doses medicamentosas, sendo seu diagnóstico realizado a partir da análise quantitativa da massa óssea pelo exame padrão densitometria óssea por absorciometria por dupla emissão de raios X. Não obstante, ainda se perpetua como um grande desafio às equipes multidisciplinares de saúde, caracterizando-se como uma técnica de alto custo e de acesso limitado a maior parte da população. Com o intuito de implementar abordagens menos invasivas e mais acessíveis no rastreio de osteoporose induzida por glicocorticoides, o presente estudo propôs analisar o impacto da corticoterapia prolongada pela avaliação bioquímica salivar comparativa de biomarcadores ósseos, associada ao estudo radiomorfométrico de radiografias panorâmicas de mandíbula, pelo índice mandibular cortical (IMCo), em dois tempos distintos. Nossa investigação observou reduções estatisticamente relevantes, em relação aos dados densitométricos de pacientes submetidos à corticoterapia prolongada, os quais, um ano após a instituição medicamentosa (T1), resultaram em valores de T-score de coluna e femoral significativamente alterados (p<0,0001 e p=0,0122, respectivamente), sendo que mais da metade (56%) dos pacientes apresentou redução da densidade mineral óssea, quando comparado ao início da corticoterapia (p=0,0002). O impacto do regime terapêutico prolongado refletiu significativamente no índice de massa corpórea dos doentes (p=0,0156). A partir da aferição do índice mandibular cortical em radiografias panorâmicas dos participantes, pôde-se observar diferença estatisticamente significante (p<0,0001), entre os dois tempos avaliados, e uma forte correlação entre si (rs=0,7952); tal como correlação positiva entre o índice mandibular e a classificação densitométrica instituída pela Organização Mundial da Saúde (T0, p=0,0443 e, em T1, p=0,3266). Adicionalmente, por meio do imunoensaio Luminex®, avaliamos a expressão salivar dos biomarcadores relacionados ao turnover ósseo Osteoprotegerina, Vitamina D, Osteopontina, Col1A1 e RANK-L entre o grupo de doentes e em controles saudáveis pareados, em T1. O fluido salivar detectou a expressão de todos os cinco marcadores, sendo observado diferença estatística para Osteoprotegerina (p <0,0001), Vitamina D BP (p = 0,0274) e TRANCE/RANK L (p <0,0001). Ademais, a correlação entre a expressão salivar e sérica, no próprio grupo de doentes, evidenciou diferença estatística significativa em todos os marcadores (p <0,0001), com exceção ao TRANCE/RANK L (p <0,9421). A aferição de alterações ósseas, por meio do índice mandibular cortical, mostrou-se associada à densidade mineral óssea vertebral e femoral, sugerindo o papel da radiografia panorâmica como indicador de modificações da massa óssea, sendo uma ferramenta auxiliar à diagnose; porém, não substituível à densitometria óssea. A saliva mostrou-se como uma alternativa biológica aos demais fluidos corporais, na detecção de alterações sistêmicas pertinentes ao metabolismo ósseo, resultantes da corticoterapia crônica, em indivíduos com pênfigo vulgar.