Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Amorim, João Pedro Mancio de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/21/21135/tde-03062022-101120/
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Resumo: |
A Água Intermediária Antártica (AIA) é uma massa dágua caracterizada principalmente por possuir um mínimo vertical de salinidade bem definido e ocupa grande parte do volume das camadas intermediárias ao redor do globo. No presente momento, ainda existem muitas perguntas a respeito da variabilidade natural do alcance da AIA na bacia do Atlântico. Neste trabalho, tem-se como objetivo verificar e quantificar os diferentes períodos associados com a variação do alcance setentrional dessa massa dágua na bacia, tanto na borda oeste quanto na região central, além de investigar possíveis relações com o transporte da circulação de revolvimento meridional (do inglês, Meridional Overturning Circulation, MOC) ao longo do Atlântico Sul e com fenômenos atmosféricos de baixa frequência. Para isso, foram utilizados dados oriundos de medições in situ e flutuadores Argo e saídas de modelos oceânicos. Os resultados obtidos mostraram que o alcance da AIA ocorre de forma diferenciada na bacia, havendo um maior deslocamento em direção ao Atlântico Norte pela borda oeste da bacia. Através da análise espectral, utilizando a técnica da transformada de Ondaletas, foi verificado que através do setor central há um predomínio de variações intrasazonais (próximas a 3 meses), enquanto no setor oeste há um predomínio de variações anuais. Tal diferença está possivelmente associada com a localização do alcance da AIA em regiões mais dinamicamente energéticas no setor central. Objetivando compreender as possíveis relações da MOC com o alcance da AIA, dois cenários foram propostos: um de acordo com os resultados da saída do modelo Estimating the Circulation and Climate of the Ocean (ECCO) e outro de acordo com os resultados da reanálise Simple Ocean Data Assimilation (SODA). Pelo cenário do ECCO, foram encontradas correlações positivas e significativas entre o alcance da AIA nos dois setores com o transporte de volume da MOC em 10S, com uma defasagem de aproximadamente 1 ano para o setor oeste e aproximadamente 5 anos para o setor central. Coeficientes de correlação negativa significativos foram observados nos dois cenários para a latitude de 34,5S, com uma defasagem variando entre 2 a 7 anos, o que significa que um aumento (diminuição) da MOC nessas latitudes levaria a um recuo (avanço) da AIA nos dois setores do Atlântico. Essa variação ocorre possivelmente devido à entrada de águas mais salinas oriundas do Índico por meio da corrente de Benguela. No entanto, a verificação desse possível mecanismo, através da abordagem utilizada, não se mostrou tão conclusiva e indica a necessidade de maiores investigações utilizando outras abordagens. Tratando-se dos fenômenos atmosféricos, não foram encontradas correlações significativas em nenhum dos dois setores com os índices da Oscilação Antártica e do Modo Meridional do Atlântico. Por fim, neste trabalho concluímos que a MOC em 10S apresenta-se como um importante mecanismo regulador do avanço da AIA na borda oeste e posteriormente no setor central, e em 34,5S maiores investigações são necessárias para entender a relação inversa encontrada. |