A influência da Corrente de Contorno Oeste Profunda na Circulação de Revolvimento Meridional do Atlântico Sul

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Andrade, Giovana Jeremias
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/21/21135/tde-31032020-132252/
Resumo: A Corrente de Contorno Oeste Profunda (CCOP) é a corrente responsável em transportar uma porção significativa do volume profundo do Atlântico como parte da Circulação de Revolvimento Meridional (MOC). O objetivo deste trabalho é investigar quais são as escalas dominantes da variabilidade da CCOP, como sua intensidade varia ao longo do contorno oeste do Atlântico Sul e qual é a sua contribuição efetiva na MOC. Foram usados dados de velocidade meridional obtidos pelos correntômetros CPIES que coletaram dados entre 2012 e 2014. Além disso, foram utilizadas as saídas do modelo HYbrid Coordinate Ocean Models (HYCOM) e do Estimating the Circulation & Climate of the Ocean (ECCO). As análises de ambos os modelos foram no período entre 1992 e 2015, nas latitudes 10°S, 14°S, 18°S, 22°S, 26°S, 30°S e 34.5°S entre as longitudes de 55°W e 32°W. O método estatístico SkillScore forneceu os resultados de 0,90 e 0,81 (HYCOM) e 0,93 e 0,92 (ECCO) para temperatura e salinidade, respectivamente. A velocidade média obtida pelo CPIES-AA foi de 2,83±2,9 cm.s-1 e 1,48±1,8 cm.s-1 pelo CPIES-BB. As velocidades médias obtidas pelo HYCOM no mesmo local foram de -2,48±3,5 cm.s-1 e -1,43±2,7 cm.s-1 e pelo ECCO foram de -1,78±1,5 cm.s-1 e -0,85±0,4 cm.s-1, respectivamente. As médias de transporte de volume integrado da CCOP vão decrescendo ao longo do percurso pelo Atlântico Sul com a CCOP centrada entre 2000 e 2500 m. Através das séries temporais ao longo dos 22 anos de dados, o HYCOM mostrou que somente nas latitudes 10°S e 18°S existe uma tendência de aumento de transporte de volume de -0,054 Sv/ano e -0,083 Sv/ano, respectivamente. Quando analisamos o ECCO, observamos em todas as latitudes uma tendência de aumento de transporte, exceto em 30°S, onde há uma tendência de diminuição do transporte de volume 0,014 Sv/ano. Após as análises, foi identificado um ciclo anual da CCOP. Esse sinal anual foi removido, resultando na anomalia do transporte. Para eliminar os sinais de alta frequência foi aplicado um filtro Hamming de 25 meses nos dados. Os resultados do HYCOM mostraram que as latitudes 10°S e 22°S apresentaram um padrão de aumento de transporte entre 1995-1998, 2004-2007 e 2009-2012. Em 34.5°S houve um aumento de transporte entre 1995-1997, 1999-2001, 2003-2004, 2007-2009, e 2011-2014. Pelo ECCO vimos que na latitude 10°S houve um aumento de transporte após o ano de 2003. Em 22°S e 34.5°S foi visto um aumento de transporte entre 1995 e 1999 e após 2005. A porcentagem da variância explicada pelo período anual ou semestral é aproximadamente 19% (HYCOM) e 18% (ECCO) cada. O período de maior concentração de energia foi o mesmo para as 3 latitudes, ou seja, entre 50 e 160 dias para ambos os modelos. A análise espectral da variância do transporte de volume mostrou um pico de energia centrado em torno de 120-160 dias (HYCOM) e 130-160 dias (ECCO) nas 3 latitudes. As análises do HYCOM mostraram que nas latitudes 10°S, 22°S e 34.5°S a correlação da CCOP com a AMOC foi de r=0,7, r=0,5 e r=0,4, respectivamente. O ECCO apresentou resultados similares ao HYCOM, no qual a correlação em 10°S foi de r=-0,7 e em 22°S e 34.5°S foi de r=-0,4 (fraca), respectivamente. Deste modo, podemos supor que em 10°S, quando ocorre um aumento de transporte da CCOP, acontece também um aumento de transporte da AMOC.