Indicadores biogeoquímicos de massas d’água costeiras e oceânicas no sudoeste do oceano Atlântico Sul, com ênfase em um transecto em 34,5 °S (Rede Transatlântica SAMOC)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Cavalcante, Ana Beatriz Leite
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/21/21137/tde-16122021-104552/
Resumo: A Circulação de Revolvimento Meridional do Atlântico é um importante mecanismo de distribuição de calor, sal, carbono e nutrientes entre hemisférios, possuindo um papel fundamental na regulação climática. Essa circulação é composta por massas d&#8217;água originárias do Atlântico Norte e Sul, caracterizadas por manterem as propriedades específicas do seu local de formação em seu deslocamento pelos oceanos. Entretanto, pequenas alterações nas propriedades dessas massas d&#8217;água podem causar mudanças substanciais na circulação, afetando a distribuição de calor e consequentemente, o clima. As massas d&#8217;água são comumente identificadas a partir de dados de temperatura (T), salinidade (S) e densidade, porém, propriedades biogeoquímicas, como o oxigênio dissolvido (OD) e nutrientes podem ser associados aos parâmetros termohalinos para complementar o monitoramento e fornecer evidências de processos hidrodinâmicos e biogeoquímicos que podem estar ocorrendo em águas costeiras e oceânicas. Dessa maneira, este trabalho teve como objetivo principal associar indicadores biogeoquímicos (OD, silicato, fosfato e nitrato) às características termohalinas (T, S e densidade) de identificação das massas d&#8217;água presentes no sudoeste do Atlântico Sul, com foco na região costeira próxima à desembocadura do rio da Prata e ao longo da porção oeste de um transecto oceânico em 34,5°S. Os dados foram adquiridos durante duas campanhas realizadas em períodos sazonais diferentes, em abril de 2018 (outono) e junho de 2019 (inverno), tornando-se possível avaliar as diferenças sazonais observadas entre os períodos, especialmente sobre águas costeiras. Nove massas d&#8217;água foram observadas na região, com as seguintes características principais: i) baixa salinidade (<33,5) e altas concentrações de silicato (máx. 46,72 &#181;mol kg-1 no inverno) em águas superficiais relacionadas à Água da Pluma do Prata, que foi observada até 51,8°W; ii) alta concentração de nutrientes e o menor valor de oxigênio (152,95 &#181;mol kg-1) dentre as duas campanhas em uma área mais profunda da plataforma continental ocupada pela Água Subtropical de Plataforma, evidenciando um canal em 33,6°S/52,2°O e processo de regeneração de nutrientes; iii) Água Tropical com salinidade máxima (37,04 no outono) e baixas concentrações de nutrientes; iv) aumento relativo das concentrações de nitrato (máx. 23,17 &#181;mol kg-1) na Água Central do Atlântico Sul, que atuou como o melhor indicador biogeoquímico dessa massa, também observada ao fim da plataforma continental; v) Água Intermediária Antártica apresentou altos valores de OD (máx. 256,53 &#181;mol kg-1) em relação às massas d&#8217;água adjacentes e valores relativamente altos de fosfato e nitrato; vi) Água Circumpolar Superior foi distinta principalmente pela baixa concentração de OD (mín. 182,94 &#181;mol kg-1) e máximo vertical de nutrientes; vii) um ligeiro aumento de salinidade acompanhado por uma elevação dos teores de OD e diminuição de nutrientes foi observado na Água Profunda do Atlântico Norte; viii) os níveis de oxigênio voltaram a diminuir (mín. 208,93 &#181;mol kg-1) indicando a presença da Água Circumpolar Inferior; e ix) a Água Antártica de Fundo foi acompanhada por valores máximos de silicato (máx. 144,92 &#181;mol kg-1). Os dados aqui apresentados reforçaram a concepção de que indicadores biogeoquímicos podem ser utilizados como traçadores complementares de massas d&#8217;água, fornecendo uma base mais robusta de informações sobre as massas d&#8217;água do Atlântico Sul, que certamente auxiliarão futuros trabalhos de monitoramento.