Desenvolvimento de proteína quimérica e avaliação de seu potencial vacinal contra COVID-19

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Castro, Júlia Teixeira de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17147/tde-13052024-161245/
Resumo: Desde o fim de 2019, mais de 770 milhões de casos e 6,9 milhões de mortes pela COVID-19 foram registrados mundialmente. A maioria das vacinas disponíveis atualmente são baseadas apenas na proteína Spike (S) de SARS-CoV-2 e na geração de anticorpos neutralizantes (nAbs). Contudo, tem-se observado o surgimento de variantes de preocupação (VOCs) que apresentam mutações na proteína S, levando ao escape de nAbs induzidos pela vacinação. De fato, houve uma diminuição da eficácia das vacinas baseadas em epítopos conformacionais da proteína S após o surgimento das VOCs. Por outro lado, estudos revelam que existe uma conservação de epítopos de linfócitos T na região do Domínio de Ligação ao Receptor (RBD) de S. Outros antígenos virais, como a proteína do Nucleocapsídeo (N), também são indutores de resposta imune celular protetora. Portanto, uma possível alternativa para aumentar a eficiência no combate às VOCs seria a criação de uma vacina que induza uma imunidade celular robusta. Neste estudo, desenvolveu-se uma proteína quimérica que possui a região RBD e a proteína N de SARS-CoV-2, chamada de SpiN. Primeiramente, observou-se que a proteína SpiN reconhecida por linfócitos T de memória de indivíduos imunizados com CoronaVac ou convalescentes. Ao ser adjuvantada com Poly ICLC, esta formulação se mostrou eficaz em induzir a produção de IFN-γ por linfócitos T CD4+ e T CD8+ de memória em camundongos. Os animais imunizados apresentaram uma alta produção de anticorpos IgG antígeno-específicos, mas não houve detecção de nAbs. Importantemente, hamsters sírios e camundongos transgênicos K18-hECA-2 imunizados com SpiN + Poly ICLC foram resistentes à infecção por SARS-CoV-2 Wuhan e as variantes Delta e Omicron. A proteção foi demonstrada através da manutenção do peso corporal, 100% de sobrevida, diminuição de carga viral pulmonar e cerebral, e ausência de patologia pulmonar. Interessantemente, a proteção induzida por SpiN é perdida após a depleção de linfócitos T CD4+ e T CD8+; e a transferência de soro de camundongos imunizados para animais naïve não é suficiente para conferir resistência à infecção por SARS-CoV-2. Portanto, os resultados sugerem que a imunização com SpiN + Poly ICLC é capaz de induzir proteção contra a infecção pelas variantes de SARS-CoV-2, e que isto ocorre principalmente devido à ativação de resposta imune celular. Atualmente, a formulação final chamada de SpiN-Tec foi aprovada pela ANVISA e encontra-se em ensaio clínico de fase 2 em humanos.