Papel dos receptores de glutamato do tipo NMDA localizados no Núcleo Mediano da Rafe na expressão do desamparo aprendido em ratos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Marques, Jean Felipe
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59134/tde-29052015-112312/
Resumo: O estresse sido relacionado às causas de diferentes transtornos psiquiátricos, como os transtornos de humor. Dentre os modelos utilizados no estudo da neurobiologia da depressão e que empregam a exposição a agentes estressores, o desamparo aprendido tem sido bastante empregado. Nesse sentido, a adaptação ao estresse parece envolver um fortalecimento da neurotransmissão serotoninérgica do Hipocampo Dorsal (HD) ou do Núcleo Mediano da Rafe (NMnR), estruturas essas anatômica e funcionalmente vinculadas. O HD recebe projeções serotoninérgicas oriundas do NMnR, onde também estão localizados receptores de glutamato de tipo NMDA (NMDAr), os quais controlam a liberação de serotonina no HD e também no próprio NMnR. Entretanto, ainda não se sabe qual o papel dos NMDA na adaptação ao estresse. Assim, o objetivo desse trabalho é investigar se as ativações dos NMDAr do NMnR são capazes de prevenir ou atenuar os efeitos da exposição a choques elétricos inescapáveis. Para tanto, foram utilizados ratos Wistar com cânula guia direcionada ao NMnR e submetidos ao desamparo aprendido. Os animais foram divididos de acordo com o tratamento farmacológico (injeções intracerebrais - i.c.) com salina, AP7 e/ou NMDA, combinadas de forma compor os seguintes grupos: salina + salina, AP7 + salina, salina + NMDA e AP7 + NMDA. O tratamento intracerebral foi realizado imediatamente antes (inj + CI CE; Estudo 1) ou depois (CI + inj CE; Estudo 2) da exposição a choques inescapáveis nas patas (CI). Após 24h os animais foram submetidos a choques escapáveis sinalizados (CEs) por uma luz. O grupo controle do estudo (inj CE; Estudo 3) recebeu os diferentes tratamentos i.c. e foi testado 24h depois. As respostas de esquiva, fuga, falha bem como as latências de respostas e cruzamentos foram registradas e agrupadas em blocos de cinco respostas consecutivas (BT). Os dados dos animais que tiveram sítio de injeção confirmado, após análise histológica, foram analisados estatisticamente utilizando-se MANOVA de medidas repetidas com post hoc de Bonferroni. Foi considerado como significativo o valor de p<0,05. O tratamento antes da pré-exposição com AP7 + NMDA aumentou o número de esquivas, diminuindo a latência para essas respostas. Quando o tratamento com AP7 e/ou NMDA foi realizado imediatamente após a pré-exposição, não foram observadas diferenças em relação ao grupo controle (salina + salina). Não foram observadas diferenças entre os grupos na condição controle. Os dados mostram que o bloqueio da neurotransmissão mediada por NMDA no NMnR previne os efeitos da exposição prévia a um estressor, sugerindo que a ativação destes receptores é importante para a aquisição das memórias relacionadas ao episódio estressante.