Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Pezzato, Fernanda Augustini |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47132/tde-10112014-142852/
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Resumo: |
Déficits na regulação serotoninérgica dos circuitos catecolaminérgicos tem sido propostos como um mecanismo relacionado à etiologia dos transtornos de humor. Projeções do núcleo mediano da rafe (MnR) modulam a atividade dopaminérgica no prosencéfalo e são também parte de um sistema de inibição/desinibição comportamental que se assemelha às variações nos níveis de atividade apresentados durante os polos do transtorno bipolar. O objetivo do presente estudo foi avaliar se as alterações comportamentais induzidas pela inativação do MnR podem ser um modelo animal para estudo da mania humana. No Capítulo I, o procedimento de lesão eletrolítica do MnR foi realizado em ratos Wistar machos, tendo como controles os grupos lesão fictícia e intacto. Os resultados confirmaram a capacidade desta manipulação experimental em reproduzir hiperatividade e estereotipia crônicas, aumento na frequência de respostas positivamente reforçadas por solução de sacarose e padrão comportamental de dominância social. Ainda, foi demonstrada a potencialidade do tratamento crônico com lítio em reduzir a hiperatividade. No Capítulo II foram realizadas lesões eletrolíticas do MnR em camundongos C57BL/6J machos, tendo novamente como controles os grupos lesão fictícia e intacto. Os resultados demonstraram desenvolvimento de hiperatividade, estereotipia e maior frequência de exposição a situações aversivas/de risco nos testes do labirinto em cruz elevado e do claro/escuro. O tratamento crônico com lítio atenuou ou reverteu parte destas alterações comportamentais. Análises do tecido encefálico demonstraram níveis terapêuticos equivalentes de LiCl em todos os grupos submetidos ao tratamento e a histologia confirmou o sítio de lesão. O conjunto dos dados obtidos sugere a adequação do modelo proposto pelo atendimento aos critérios de validade de face e preditiva apresentando como vantagens a mimetização de diversos sintomas do transtorno e a cronicidade destes. Ainda, a reprodutibilidade dos efeitos da lesão em diferentes espécies sugere a existência de homologia evolutiva, acrescentando fundamentos à validade de constructo hipotetizada. Por fim, destaca-se que este modelo de mania parece ser heurístico pela possibilidade de contribuir para a investigação dos mecanismos de ação do lítio e para a compreensão das relações de oposição entre os sistemas neurotransmissores excitatórios e inibitórios como parte da neurobiologia dos transtornos de humor |