A metrópole antitética: a relação capital-espaço e a expropriação no pantanal da zona leste

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Silva, Marco Antonio Teixeira da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-18112015-114752/
Resumo: Esta pesquisa considera a problemática da área denominada Pantanal da Zona Leste, região situada no leste da cidade de São Paulo que corresponde às várzeas do rio Tietê. A partir da institucionalização dos atributos ambientais na forma do Parque Várzea do Tietê se estabelece o conflito para a remoção dos moradores. Tal conflito permite analisar as condições da reprodução contemporânea baseada na relação capital-espaço. Sob a aparência do ambientalismo e da sociedade do risco, as instituições estatais e privadas operam a produção do espaço de modo que os atributos da sustentabilidade social se sobreponham ao vivido ali constituído. Por décadas, a reprodução de populações empobrecidas refletia o cotidiano espoliado em espaços infraurbanos. As metamorfoses da reprodução contemporânea impõem outra lógica para estas populações, uma vez que o espaço torna-se elemento estrutural da reprodução, esta que se relaciona à financeirização de maneira cada vez mais intensa. Assiste-se então a uma acumulação de espaço como centralidade do processo, pela possibilidade de inversões de capital para remuneração financeira, esta que, para o caso aqui estudado, torna-se dívida pública. Há, portanto, uma nova condição para a reprodução dos pobres na metrópole, que é a sua expropriação como meio para se atingir a acumulação de espaço. Tais processos se concretizam, mas o fazem de maneira velada, por meio das representações do espaço, a forma socialmente aceita que culmina nos espaços de representação como realização de todo um processo que define a reprodução contemporânea de maneira antitética, não há urbano para todos.