Análise de biomarcadores bucais carcinogênicos em indivíduos com doença renal crônica receptores de transplante renal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Maciel, Aloizio Premoli
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/25/25149/tde-08062022-104250/
Resumo: Receptores de transplante renal (RTR) tem um risco de manifestação de carcinoma espinocelular (CEC) de lábio inferior de 4 a 46.6 vezes maior que a população normal. A queilite Actínica (QA) é uma lesão potencialmente maligna que antecede à manifestação do CEC de lábio e poder ser identificada através do exame clínico. Da mesma maneira, uma das formas de realizar a monitorização da carcinogênese em RTR, é através da análise de anomalias nucleares a nível celular, para poder prevenir e identificar precocemente o CEC de lábio inferior em RTR. Portanto, o objetivo deste estudo foi analisar a manifestação da QA e sua associação com a presença de anomalias nucleares nos RTR, para identificar biomarcadores na boca que se associem ao CEC de lábio inferior. Este estudo foi um estudo clínico-histopatológico, observacional, transversal com amostra por conveniência a través da avaliação clínica da QA e identificação histopatológica de anomalias nucleares da região do lábio inferior de RTR. A avaliação clínica foi realizada por um único examinador calibrado; a avaliação de alterações nucleares foi realizada por dois examinadores calibrados e cegados. Foram registradas informações do RTR como idade, sexo, cor de pele, tempo de diálise antes do transplante, tempo de transplante, imunossupressores, exposição a fatores de risco como etilismo, tabagismo, exposição solar e histórico de infecções virais. A avalição clínica foi realizada através de exame clínico e análise fotográfico do lábio inferior. Para a avaliação histopatológica, foram coletadas células do lábio inferior através de raspado tecidual e acondicionamento em vaios com metanol e corados por reação de Feulgen. As anomalias nucleares foram classificadas como micronúcleos, brotamento nuclear, ponte citoplasmático e binucleação. Para análise estatístico foram utilizados o teste exato de Fisher e Macnemar (p<0,05). A amostra foi de 48 RTR, com diagnóstico de QA em 29(60,41%). O estadiamento da QA foi associado a RTR leucodermas (p<0,05). A presença de QA foi associado ao histórico de exposição a agentes químicos voláteis etilismo e tabagismo (p<0,05); histórico de uso de tacrolimus, azatioprina e sirolimus (p<0,001). O estadiamento da QA foi associado ao uso de Micofenolato (p<0,05). A administração de menores doses de Sirolimus foi associado a grau III e IV de QA (p<0,05). Infecções por Epstein-Barr Vírus e Herpes Vírus Simples foram associados a presença da QA (p<0,05). Entre as anomalias nucleares, a binucleação celular foi associada a RTR com mais de 7 anos de TxR (p=0,008). Todas as anomalias nucleares foram associadas ao uso de tacrolimus e micofenolato (p<0,001). A binucleação celular e brotamento nuclear foram associadas ao histórico de infeções virais oncogênicas e manifestação de QA (p<0,001). Portanto, a presença e a gravidade da QA em RTR estão associadas a cor da pele, fatores de risco da QA, uso de imunossupressores e histórico de infecções virais. A presença de binucleação nuclear e brotamento nuclear foram associadas à presença QA, principalmente indivíduos do sexo masculino, em uso de Tacrolimus e Micofenolato, com histórico de infecções de vírus oncogênicos e com mais de 7 anos decorridos do transplante renal.