Mário de Andrade: autor em cena (cenografia autoral e recitação literária)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Maraninchi, Marcelo Castro da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8149/tde-26092023-151117/
Resumo: Este trabalho investiga as máscaras, vozes e gestos da poesia de Mário de Andrade. A hipótese é que a recitação literária deixou marcas profundas - ainda inexploradas - na figuração autoral e nos elementos formais de Pauliceia desvairada (1922) e Losango cáqui ou afetos militares de mistura com os porquês de eu saber alemão (1926). Muito difundida no começo do século 20, tanto nos círculos parnasiano-simbolistas quanto de vanguarda, a recitação era assunto de poéticas e manuais, tinha destaque em salões e solenidades públicas, compunha a cultura oral de prestígio e fazia parte da formação dos poetas. Cogitações teóricas, cartas e obras dotadas de marginália, na falta do registro sonoro, esclarecem o peso da voz para a concepção e a prática poética de Mário de Andrade. Mais que tudo, os poemas de Pauliceia desvairada, no quadro de uma teoria do verso harmônico, sedimentam a arte de dizer em sua pontuação, onomatopeias, interjeições, vocativos, epítetos, melodias, rubricas cênicas e nos procedimentos construtivos de montagem e colagem. Além dos poemas e paratextos, documentos de arquivo informam a recitação como parte da gênese da obra e da identidade autoral. A análise desses componentes voco-gestuais respalda uma interpretação épica, distanciada e anti-ilusionista da poesia e do Autor.