Evolução da posse de bens de consumo duráveis no Brasil de 1995 a 2019

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Machado, Gabriel Costeira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11132/tde-13102022-163242/
Resumo: Em economias de mercado, as análises das condições de vida das famílias costumam se pautar em seus fluxos de renda. Todavia, conforme destaca a literatura especializada, um conjunto de outros fatores contribui para a percepção de pobreza ou de bem-estar desses indivíduos, a exemplo das condições habitacionais. Incluem-se nesta lista os bens de consumo duráveis, cuja posse garante aos detentores um fluxo de serviços por tempo relativamente longo. Nesse sentido, analisar o comportamento do padrão de consumo de bens duráveis ao longo contribui para entender a evolução do bem-estar das famílias. Em linhas gerais, o padrão de consumo de determinado bem é ditado pelo tamanho de seu mercado, isto é, pelo número de indivíduos que têm condições de adquiri-lo. Assim, o objetivo desta tese é analisar a evolução da posse ou, analogamente, o tamanho do mercado de bens de consumo duráveis no Brasil. Para tanto, recorreu-se a importantes pesquisas amostrais divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística: a Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios (PNAD), a PNAD Contínua e a Pesquisa de Orçamentos Familiares. As análises estão delimitadas pelo período 1995-2019, devido a fatores que garantem a compatibilização dos dados; e se apoiam em ferramentas metodológicas que permitem inferir o grau de concentração e difusão dos bens entre indivíduos pertencentes a diferentes estratos de renda domiciliar per capita (RDPC) ou renda familiar per capita (RFPC), como o índice de Gini e as razões de concentração; e investigar o padrão de incidência de determinado bem durável dada a RFPC; e os determinantes da posse de acordo com características familiares, como os modelos de regressão logística. Entre os resultados, verificou-se que, ao longo do período analisado, houve a intensificação de um processo de difusão de bens duráveis, que, embora tenha abarcado parte das famílias relativamente pobres, ainda estão concentrados em favor dos mais ricos como é o caso do automóvel, do computador, da lavadora de roupas e do condicionador de ar. Outros mercados reduziram-se devido, principalmente, à obsolescência da tecnologia, como rádio e o telefone fixo. E, por outro lado, alguns mercados se aproximaram do cenário de saturação, haja vista a sua difusão entre praticamente totalidade dos lares brasileiros. Em suma, embora categorizados sob a égide de um grande grupo de bens, claramente, existe especificidades em cada mercado, que são influenciados pelos seus preços, por aspectos conjunturais, regulatórios etc.