Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Dias, Paulo Henrique Curi |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-11032020-182548/
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Resumo: |
A presente pesquisa busca compreender a interface dinâmica entre a prática clínica psicanalítica e o estudo do campo da mística, partindo da perspectiva de que essas áreas do saber humano apresentam um vasto potencial de contribuições e correções mútuas. Nesse sentido, a pesquisa pretende abordar tanto os modos pelos quais a mística amplia as concepções éticas e ontológicas da clínica quanto à maneira pela qual o método clínico da psicanálise implica numa releitura dos fenômenos místicos. Estabelece-se portanto a questão: o que é uma psicanálise que considere a mística enquanto uma forma de abertura ao Real e que, ao mesmo, tempo, possa investigar as dinâmicas relacionais que o místico estabelece em relação aos processos de esvaziamento de si e posicionamento frente ao campo espiritual? Utilizando a partir daí a ideia de espaço potencial da teoria winnicottiana, o autor apresenta reflexões que partiram de suas investigações pessoais, iniciando com uma leitura da autobiografia de um monge zen budista japonês do século XVIII chamado Hakuin. A vida de Hakuin apresenta temas de interface entre a mística e a clínica que, após serem discutidos, abrem espaço para a análise clínica de diferentes situações pelas quais o autor desta tese passou ao longo de um período de imersão em grupos de espiritualidade, incluindo vivências na Índia e Nepal, o que possibilita algumas reflexões a respeito de como a mística se configura na pós-modernidade. A partir disso, segue-se uma discussão a respeito da possibilidade do psicanalista investigar, na relação clínica, os modos subjetivos com que o místico se coloca em diálogo ao campo do transcendente e do absoluto; possibilidade essa que tangencia a questão dos adoecimentos espirituais, uma série de fenômenos estabelecidos no campo religioso que escapa às matrizes puramente psicológicas, ao mesmo tempo em que importa ao campo espiritual formas de adoecimento idiossincráticas. Posteriormente, é realizada uma aproximação entre mística e a prática psicanalítica, justificando sua escolha como modelo essencial para o diálogo proposto. Por fim, a partir do método apofático da mística, são descritas algumas das possibilidades pelas quais a clínica pode ser compreendida por um viés místico, bem como pelas quais a mística pode ser compreendida por um viés clínico, levando à conclusão a respeito da fecundidade deste diálogo |