Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Dias, Paulo Henrique Curi |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-19112015-121306/
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Resumo: |
Este estudo busca questionar algumas das bases epistemológicas da psicologia clínica em relação à espiritualidade e à mística. Partindo da discussão entre Freud e o escritor Francês Romain Rolland a respeito do sentimento oceânico (baseado na correspondência entre eles no período de 1927 a 1931), abordaremos a compreensão da natureza ontológica da experiência de união com o universo (como descrito por Rolland) em um duplo vértice: tanto como um subproduto de dinâmicas psicológicas (inerentemente patológicas ou não) ou como uma experiência ontológica de alteridade, mais bem compreendida através de uma abordagem não psicológica que possa investigar seu significado em consonância ao registro da condição humana em si. Nessa última perspectiva, estaremos acompanhados da obra de Gilberto Safra, que em seus escritos evidencia uma preocupação com a busca de uma concepção antropológica que aborde o ser humano em toda sua complexidade, evitando o possível reducionismo psicológico de temas e áreas que possam se relacionar a outras categorias de experiência, como a religiosidade e a espiritualidade. Como eixo central dessa discussão, utilizaremos a vida do místico Indiano Ramakrishna Paramahansa (1836-1886) para ilustrar esses diferentes modos de se abordar a experiência espiritual. Ramakrishna foi uma das principais fontes das construções de Rolland acerca da religiosidade, levando o autor francês a escrever uma de suas principais biografias (A vida de Ramakrishna, 1929), que teve um importante impacto na recepção ocidental de concepções espirituais orientais. Contemplando exemplos da vida de Ramakrishna, através de uma leitura fenomenológica-hermenêutica da obra de Rolland (que abarcam desde sua infância até seu período como um famoso mestre espiritual na Índia), será apresentado, em cada um desses períodos, diferentes perspectivas de autores que consideram Ramakrishna tanto em uma chave psicológica-psicopatológica quanto em uma abordagem que inclua um registro espiritual não redutível a dinâmicas psíquicas em sua vida. Dentro desse estudo, nós percebemos que há uma limitação inerente às leituras exclusivamente psicológicas das experiências místicas, assim como uma há uma limitação das leituras exclusivamente espiritualistas. Assim, ao apresentar tal discussão nós pretendemos repensar a posição que a espiritualidade e a mística ocupam na prática clínica, tanto para reformular sua compreensão em psicoterapia quanto para expandir as concepções éticas e antropológicas subjacentes ao entendimento clínico da condição humana |