A identidade moral do professor: intuição, autoconsciência e projeto de vida

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Parra, Andreia Morais Magliano
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48138/tde-22102024-153656/
Resumo: Este estudo qualitativo no campo da psicologia moral e das ciências morais, teve como objetivo descrever e compreender a dinâmica de construção da identidade moral do professor ao longo da vida e sua relação com as atitudes e práticas pedagógicas. Definimos a identidade moral a partir de uma perspectiva complexa que considera valores incorporados à identidade em três níveis de consciência: a) valores incorporados de maneira intuitiva e automática; b) de forma autoconsciente e deliberada e; c) valores incorporados às metas morais e ao projeto de vida. Participaram oito professores de escolas públicas brasileiras por meio de entrevistas semiestruturadas de abordagem autobiográfica. A análise das narrativas a partir dos pressupostos da Teoria dos Modelos Organizadores do Pensamento e da Neurociência dos Afetos, nos levou a constar que: a) valores intuitivos não conscientes participam da construção da identidade moral, e podem influenciar a ação moral, porém eles não são sempre prevalentes; b) a prevalência de valores intuitivos não refletidos na dinâmica da identidade moral revela maior incoerência entre valores declarados e ações, enquanto a prevalência de valores refletidos e conscientemente deliberados está associada a uma busca por agir de maneira consistente com os valores declarados; c) para a incorporação de valores morais deliberados conscientemente ao self, não basta construir a reflexão e o pensamento crítico, é necessário que eles se apliquem também para si mesmo, na construção da autoconsciência; d) a autoconsciência e a consciência reflexiva quando voltadas apenas às fragilidades e dificuldades, acompanhadas por sentimentos de culpa e ressentimento, no longo prazo parecem não sustentar a ação moral na direção da mudança da realidade. Já quando também voltadas aos potenciais e acompanhadas por ações bem sucedidas em direção aos projetos de vida e metas morais que estabelecem para si, promovem sentimentos de autoestima, realização e bem estar que parecem sustentar as ações morais a longo prazo. Como caminhos para a formação ética de professores apontamos a necessidade de: a) ampliar e ressignificar a intuição a partir da experiência e da reflexão sobre a experiência; b) promover a reflexão e a consciência crítica aliada à autorreflexão e à autoconsciência; e c) construir o compromisso ético que se traduz em metas morais e projetos de vida (para si e para a sociedade mais ampla).