Percepção e autoconsciência : modelos experimentais na naturalização da fenomenologia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Castro, Thiago Gomes de
Orientador(a): Gomes, William Barbosa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/80073
Resumo: Tese dividida em cinco capítulos, sendo três capítulos sobre teoria fenomenológica e naturalização nas Ciências Cognitivas e dois capítulos experimentais sobre percepção espaço-corporal, autoconsciência e affordance. O primeiro capítulo traça aspectos históricos da definição de intencionalidade e percepção de movimento próprio na Fenomenologia de Edmund Husserl em contraste com modelos de intencionalidade em outros sistemas filosóficos. O segundo capítulo explora a relação da Fenomenologia com psicólogos experimentais alemães nas duas primeiras décadas do século XX e a utilização do método fenomenológico para fins experimentais. O estudo dois também trata das decorrências indiretas da teoria fenomenológica na composição do argumento ecológico da percepção direta (James J. Gibson). O terceiro capítulo se ocupa dos modelos de naturalização da Fenomenologia nas Ciências Cognitivas, enfatizando o modelo de Fenomenologia Front-loaded como recurso metodológico que será empregado na seção experimental seguinte. No quarto capítulo, início da seção experimental, a percepção corporal, a habilidade cognitiva de representação de espaços e a autoconsciência são investigadas em uma tarefa experimental denominada Ilusão da Mão de Borracha (IMB). Os achados indicam correlação positiva entre um padrão de estimulação tátil em sincronia, entre mão real e prótese estética, com alterações tipificadas na capacidade de estimar distâncias numéricas. Traços estáveis de autoconsciência correlacionaram com as variações de estimativa espacial, mas não com as características descritivas da percepção da ilusão sensorial. No quinto capítulo investiga-se a interferência específica da estimulação tátil, sem presença de prótese estética, na habilidade de seleção de estímulos visuais por efetores manuais em uma relação de compatibilidade espacial (Efeito Simon). O experimento também testa o efeito da oclusão visual de um dos membros superiores sobre a compatibilidade espacial esperada pelo Efeito Simon entre o efetor ocluído e os estímulos visuais. Os resultados evidenciaram um aumento significativo dos tempos de reação das respostas manuais incompatíveis com o hemicampo visual, quando em condição de estimulação tátil. Ademais, houve decréscimo nos tempos de reação, sob a condição de estimulação tátil, para as respostas de compatibilidade espacial em ambos os efetores. Em contraste, a oclusão de um dos membros superiores não gerou diferenças importantes quando comparada à condição controle de resposta sem interferência. A autoconsciência corporal, tomada no experimento por uma escala de autorrelato, informou correlação positiva com modificações da resposta manual de seleção dos estímulos em tempos de reação na casa dos 20ms. Novamente, uma escala de autorrelato sobre autoconsciência corporal indicou interação com o desempenho. Nesse caso, com variações de ação seletiva manual em tempos de reação abaixo do nível de consciência da experiência. A repercussão dos achados é discutida junto à Teoria da Codificação de Eventos (TEC), que interpreta a seleção de estímulos por vieses intencionais prévios diretos no ambiente, não reflexivos ou representados conscientemente. Repercussões da Fenomenologia Front-loaded como opção metodológica nos dois experimentos são debatidas no contexto das Ciências Cognitivas.