Aproximações psicanalíticas da dependência química: do que se trata?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Marques, Marilia Vieira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-30092015-124754/
Resumo: Este trabalho, com origem na clínica institucional do Centro de Atenção psicossocial Álcool e Drogas (CAPS-AD) e a ela destinada, tem como intuito principal oferecer a possibilidade de reflexão a respeito de aspectos do funcionamento psíquico do toxicômano, de hipóteses sobre o desenvolvimento infantil de um dependente químico e de modos como estes aspectos se reeditam na relação transferencial-contratransferencial. Desde o início da produção teórica de Freud, a dependência química é objeto da investigação psicanalítica, embora ele não tenha realizado estudos específicos voltados a essa forma de sofrimento psíquico. Olievenstein, referência francesa no tratamento da dependência química, afirmou que, no desenvolvimento de sujeitos toxicômanos, não existe uma infância específica, mas certo trauma comum a todos. Esta hipótese, fundamental para o presente estudo, reconstrói os primeiros momentos identificatórios do adicto, em referência ao estádio do espelho lacaniano. A partir da vivência com pacientes de CAPS-AD pude apreender aspectos das manifestações referenciadas ao estádio do espelho partido, ao se atualizarem no âmbito da relação terapêutica, fosse diretamente comigo, como psicanalista, ou com a instituição. Por meio da contratransferência e a compreensão do afeto que dela parta, o analista pode dar novos contornos e suporte para a manifestação transferencial, viabilizando o apoio para a reparação de experiências que não encontraram via de simbolização anteriormente. É justamente a decifração desses processos que legitima e especifica o lugar da psicanálise em instituições como os CAPS-AD