Espécies brasileiras de Tacinga Britton & Rose (Cactaceae): morfoanatomia e estratégias reprodutivas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Martins, Jucicleide de Souza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/64/64133/tde-02062022-091936/
Resumo: O gênero Tacinga, pertencente à Família Cactaceae, é composto atualmente por dez espécies (T. inamoena, T. palmadora, T. funalis, T. braunii, T. werneri, T. saxatilis, T. subcylindrica, T. armata, T. gladispina, T. lilae), duas subespécies (T. saxatilis subsp. saxatilis, T. saxatilis subsp. estevesii) e duas notoespécies (T. quipá, T. flammea). Todas são nativas e endêmicas do Brasil, com exceção de T. lilae, que ocorre na Venezuela. O gênero é amplamente distribuído no nordeste brasileiro e está presente em parte do estado de Minas Gerais, nos biomas Caatinga e Cerrado, onde detém grande importância ecológica, ornamental e alimentícia. Todavia, estudos sobre o gênero ainda são necessários, especialmente para caracterização da morfologia, anatomia e estratégias reprodutivas de suas espécies. Visando ampliar o conhecimento científico sobre este gênero, o objetivo desta pesquisa consiste em analisar a morfologia e anatomia de espécies do gênero Tacinga, bem como ampliar a compreensão das estratégias reprodutivas no grupo sob uma perspectiva filogenética. A pesquisa compreende uma caracterização de órgãos vegetativos (caule/cladódios) e reprodutivos por microscopia eletrônica de varredura e microscopia de luz, um estudo das características e estratégias reprodutivas e a reconstrução da filogenia do gênero com base em análises Bayesianas. A caracterização do hábito e porte das plantas das espécies deste gênero sugerem a existência de três grupos, considerando as espécies aqui estudadas: grupo 1, formado por arbustos de pequeno porte, constituído das espécies T. subcylindrica, T. inamoena e T. flammea; grupo 2, que inclui arbustos de médio porte, composto por T. palmadora e T. werneri; e grupo 3, que engloba os arbustos escandentes e abrange T. braunii e T. funalis. As análises anatômicas revelam semelhanças na anatomia do caule com outras espécies da subfamília Opuntioideae. Em seu aspecto anatômico geral, o caule (cladódio) é constituído por epiderme, camada subepidérmica colenquimática, parênquima clorofiliano, parênquima aquífero, feixes vasculares e medula. Entretanto, importantes diferenças anatômicas corroboram a existência de grupos morfológicos distintos dentro do gênero, como a epiderme do cladódio fortemente ondulada em T. palmadora e T. werneri, e plana nas demais espécies. Sobre a morfoanatomia floral, as espécies de Tacinga apresentam flores morfologicamente distintas. As flores variam na cor das tépalas, formato do pericarpelo, cor dos filetes, formato das escamas basais, entre outros. A reconstrução da filogenia revela que Tacinga é um grupo monofilético bem suportado. Por fim, a reconstrução de estado ancestral dos caracteres florais sugere que as flores de Tacinga seriam polinizadas por beija-flor e evoluíram para também serem polinizadas por artrópodes. Os resultados obtidos neste estudo auxiliam na compreensão dos aspectos morfoanatômicos de estruturas vegetativas e reprodutivas do gênero Tacinga, podendo ser úteis para diferentes áreas do conhecimento, tais quais a taxonomia e ecologia.