Neuropatia periférica induzida por quimioterápicos: sintomas e o risco de queda em mulheres idosas com câncer

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Leite, Mariane Thais Pecchi
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-14112023-115104/
Resumo: Introdução: Os avanços nas áreas da saúde e tecnologia favoreceram o processo de transição demográfica e o aumento da expectativa de vida. Consequentemente, o aumento da população idosa ocasiona um aumento das doenças crônicas não-transmissíveis, que incluem o câncer, considerado a segunda principal causa de morte em todo mundo. Dentre as diversas opções de tratamento do câncer destaca-se a quimioterapia, que durante seu uso o paciente pode apresentar diferentes eventos adversos. Um destes eventos é a neurotoxicidade, conhecida como neuropatia periférica induzida por quimioterápicos (NPIQ), que é caracterizada como uma lesão inflamatória ou degenerativa dos nervos periféricos. Manifesta-se por sintomas sensoriais típicos, como perda de sensibilidade nos membros e perda de reflexos, fraqueza em mãos e pés e disestesias, perda de discriminação entre o toque e temperatura (frio e calor), cujas manifestações clínicas incluem dor, formigamento, choque e queimação, e podem implicar em consequências negativas para a vida cotidiana e tornando-se mais vulnerável a ocorrências de quedas. Objetivos: Avaliar a ocorrência da NPIQ e o risco de queda em mulheres idosas com diagnóstico de câncer. Métodos: Estudo quantitativo, descritivo e transversal, desenvolvido com 60 mulheres idosas que realizavam o tratamento quimioterápico para qualquer tipo de câncer. Os dados coletados foram sócio-demográficos e sobre o câncer, e foram aplicados os instrumentos: Escala de Risco de Queda (Fall Risk Score), Escala de Fragilidade de Edmonton (Edmonton Frail Scale) e Ferramenta de Avaliação de Neuropatia Periférica Induzida por Quimioterapia (FANPIQ). Os dados foram digitados no Microsoft Excel, e analisado no Statistical Package for the Social Sciences - SPSS v. 22.0. Foram realizadas análises descritivas com média e desvio padrão, analítica e testes de regressão multivariada. Resultados: A média de idade das participantes foi 69,57 (DP±7,63) anos, 58,3% apresentava hipertensão arterial e 30% diabetes mellitus, 96,7% utilizavam algum tipo de medicação e 75% apresentavam câncer de mama. Quanto ao risco de queda, 36,7% das participantes afirmaram já ter apresentado algum tipo de queda nos últimos 12 meses, com ou sem lesão; entretanto somente 6,7% apresentaram algum déficit sensorial. Na avaliação da fragilidade, 58,3% das idosas não precisavam de auxílio para realizar atividades básicas da vida diária, e 48,3% das participantes foram aprovadas na cognição. Quanto aos sintomas neuropáticos que avaliou a ocorrência de dormência, formigamento, sensibilidade e neuralgia durante o tratamento quimioterápico, todos com influência em algumas atividades cotidianas das mulheres. De acordo com as análises de regressão, a dormência e formigamento nas mãos, neuralgia, dormência nos pés e sensibilidade ao frio foram itens com associação estatística na escala de fragilidade. Conclusão: Este estudo avaliou a ocorrência da NPIQ e o risco de queda em mulheres idosas com diagnóstico de câncer. Apesar de pouco descrito na literatura, foi possível identificar a influência da NPIQ nas atividades cotidianas, com a associação entre os sintomas e o risco de queda, bem como as limitações funcionais no cotidiano da mulher.