Mutações somáticas em componentes da via mTOR em pacientes diagnosticados com hemimegalencefalia e epilepsia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Garcia, Camila Araujo Bernardino
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17137/tde-15022019-154749/
Resumo: As displasias corticais focais constituem um grupo de malformações do desenvolvimento cortical cerebral. São consideradas a causa mais comum de epilepsia refratária na população pediátrica. A hemimegalencefalia faz parte deste grupo de malformação do desenvolvimento cortical e clinicamente devastadora em crianças, caracterizada pelo crescimento distorcido e anormal de um hemisfério cerebral. O mTOR (Mammalian Target of Rapamycin) é uma proteína quinase, que normalmente funciona como um regulador central de importantes funções fisiológicas, incluindo o crescimento e proliferação celular, metabolismo, autofagia, e sobrevivência e morte celular. O objetivo deste estudo foi identificar o defeito genético específico da hemimegalencefalia analisando os genes das vias de sinalização do mTOR. Foram selecionados 10 pacientes diagnosticados com hemimegalencefalia com faixa etária entre 0 á 18 anos de idade. Os pacientes submetidos ao procedimento cirúrgico foram designados para a coleta do material biológico (sangue e tecido encefálico) para análise genômica. Foram encontradas variantes somáticas de três genes relacionados a via mTOR com alto índice de patogenicidade, sendo elas; mutações missense na MTOR, HME 6584 (c.7255G> A, p.Glu2419Lys), HME 4146 (c.7498A> T, p.L7105f) mutações missense do gene PIK3CA, HME 4149 E542K (c.1624G> A), HME 4143 (c.1258T> C, p.C420R). A hipótese mediante esses resultados é que a mutação somática de genes que estão presentes na via mTOR podem ser uma das causas genéticas da HME. Essas observações sugeriram que a HME representa um espectro de distúrbios do neurodesenvolvimento resultando de distintas progenitoras que são determinados pelo tempo em que a mutação ocorreu durante o desenvolvimento cerebral. Pode-se esperar que uma mutação que ocorre precocemente durante o desenvolvimento afete um grande número de células e resulte em uma malformação maior, ao passo que a mesma mutação ocorrendo mais tarde no desenvolvimento poderia causar uma menor malformação. No futuro, numerosas mutações somáticas em genes conhecidos ou novos serão, sem dúvida, reveladas em amostras de cérebros ressecados e assim, possíveis correlações entre genótipos e fenótipos podem emergir, permitindo que o diagnóstico clínico genético ajude a prever o desfecho do paciente