Comportamento de lateralidade motora no Trinomys yonenagae (Echimyidae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Dias, Larissa Daniele
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47135/tde-10082015-121228/
Resumo: A lateralidade consiste na predominância hemisférica do cérebro e foi constada em diferentes animais: em diversos primatas e em camundongos manifesta-se na destreza manual; em baleias, no desgaste mandibular; e em cães, no abanar da cauda. Trinomys yonenagae, popularmente conhecido como rabo-de-facho, é um rato-de-espinho endêmico das dunas de areia fixas à margem esquerda do rio São Francisco (BA) e demonstra habilidade com as patas dianteiras, no manuseio de sementes, e traseiras, no comportamento de cavar. O objetivo deste estudo é verificar se existem traços de lateralidade neste roedor. Investigamos preferência motora através de teste de alcance de sementes, baseado no teste de Collins (16 e 16), e da análise post mortem da diferença entra a massa das patas dianteiras (21 e 21). A lateralidade em atividades de consumo hídrico foi verificada por meio da preferência entre dois bebedouros, conforme o teste de Richter (7 e 7). Analisamos também a preferência ao posicionar a cauda em situações solitárias (5 e 4). Adotamos o grau de lateralidade (GL) como a diferença entre os lados direito e esquerdo, normalizados ao serem divididos pela sua soma. Categorizamos como lateralidade apenas |GL|>0,05 (i.e., diferença de 5% entre os lados). A cauda das é posicionada a maior parte do tempo à direita, resultando em consistente preferência amostral de 41% a mais do que o posicionamento à esquerda. Em nota-se a preferência pelo posicionamento à direita em dois indivíduos e à esquerda em um, sendo os dois restantes sem preferência. No teste de consumo hídrico, nota-se em preferência pelo bebedouro esquerdo, sendo a diferença de preferência deste com o bebedouro direito de 51% (GL=0,51), uma assimetria consistente em 6/7 sujeitos. Em machos, entretanto, a preferência se apresenta pouco consistente, sendo a diferença de preferência entre os bebedouros reduzida a 20% (GL=0,20). Em média não há lateralidade a nível amostral na massa das patas, uma vez que, tanto em quanto em , |GL|<0,05. Ainda, a distribuição de GL na amostra corresponde a uma distribuição normal (Kolmogorov-Smirnov; sig.=0,95 para ; sig.=0,66 para ). Entretanto, em análise individual, entre as 14% apresentam preferência na pata direita e 5% na pata esquerda; entre , 19% preferem a pata direita e 14% a pata esquerda.Os experimentos de alcance de sementes não foram promissores, uma vez que os sujeitos tentam acessar as sementes com o focinho ou cavando a superfície. Concluímos que a lateralidade em T. yonenagae, quando presente, é mais consistente em do que em , sugerindo um dimorfismo sexual na dominância hemisférica da espécie. A preferência por posicionara cauda à esquerda pode atuar como sinal comportamental de gênero entre os rabos-defacho, uma vez que estes não apresentam dimorfismo sexual de massa e as fêmeas têm fase de estro muito curta, não oferecendo diferenças conspícuas entre os sexos. Finalmente, apontamos a necessidade de testes diversos que permitam a investigação da lateralidade em diferentes espécies