Agricultura e indústria: o caso do tomate em Taquaritinga, S.P.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1977
Autor(a) principal: Graziano Neto, Francisco
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11132/tde-20220208-054010/
Resumo: A preocupação fundamental deste trabalho é a análise das relações entre o setor industrial e o agrícola no Brasil. Mais especificamente. estudamos as relações entre a indústria processadora de tomate e os produtores rurais de tal matéria-prima na região de Taquaritinga, SP. Na primeira parte do trabalho, fazemos algumas colocações sobre o desenvolvimento das relações capitalistas de produção na agricultura num país periférico como o Brasil, e uma vez que o nosso objetivo é apreender como parte de um excedente econômico gerado no âmbito da produção agrícola é transferido para o setor não-agrícola da economia, mormente para as indústrias que se colocam a jusante da produção de matérias- próximas, fazemos também uma discussão teórica sobre excedente econômico e as formas de sua transferência para o setor industrial. O suporte teórico no qual estamos embasados deriva da teoria marxista, em que se considera que excedente é trabalho não-pago, ou trabalha excedente, cuja apropriação assume a forma de mais-valia numa sociedade capitalista. Após um levantamento histórico da economia agrícola e do desenvolvimento da agroindústria do tomate a nível regional. entramos em maiores detalhes na análise dos vínculos existentes entre os produtores rurais e as fábricas processadoras, verificando que essa vinculação reflete uma relação de dominação subordinação entre os dois setores. Percebemos que é ao nível das relações de mercado que pelo menos parte do excedente agrícola é transferido para o polo industrial. Dado o fato deste Último constituir-se como um oligopsônio, enquanto a produção agrícola é pulverizada, a indústria impõe a sua razão sobre a agricultura. As possibilidades da usurpação efetuada sobre os produtores encontram um limite no ponto em que os mesmos desistam da produção agrícola, pois a indústria ficaria tolhida do fornecimento da matéria-prima, já que não a produz. A conclusão geral a que se chega é que a agricultura, por ser um suporte da acumulação global do sistema econômico, deixa de ter uma dinâmica própria, sendo, até certo ponto, manipulada de acordo com as necessidades da reprodução do capital no setor industrial da economia.